Agência Espacial Europeia lançou uma espaçonave não-tripulada rumo à Júpiter pela missão juice, a primeira missão não-americana ao maior planeta do sistema solar, que já recebeu a visita de duas espaçonaves dos Estados Unidos. Agora, a intenção é enviar uma sonda espacial tripulada para coletar imagens e dados que poderão responder dúvidas dos cientistas.
Para alguns estudiosos, Júpiter atua como um escudo, atraindo para si asteroides que poderiam colidir em outros lugares, como a Terra. Tão fascinante quanto esse gigante gasoso são as 80 luas que orbitam ao seu redor. Três delas despertam a atenção da ciência: Europa, Ganimedes e Calisto, que possuem oceanos de água na forma líquida, um dos principais requisitos para existência de vida na forma que conhecemos.
Para Salvador Nogueira, especialista em ciência espacial, o planeta possui um ambiente parecido com o que deu origem à vida no planeta Terra.
“Além de ter um oceano de água liquida, a gente sabe que o leito desse oceano está em contato com um solo rochoso, então você pode ter aquelas “fumarolas”, atividade geológica que equivale ao ambiente no fundo dos oceanos que a gente acha que a vida surgiu na terra. Então, ali, você tem um ambiente muito parecido com aquele que pode ter dado origem à vida na terra”, disse Salvador.
Ao contrário da nave lançada na última sexta-feira (14), a espaçonave da missão vai levar oito anos para chegar a Júpiter e isso só deve ocorrer em julho de 2031. A nave vai ficar por lá durante três anos, orbitando o planeta.
O foco da missão será entender melhor o funcionamento do planeta e se existem ambientes habitáveis em três das suas maiores luas.
“A vida é um acidente que aconteceu só na Terra ou a vida é uma coisa que se manifesta no resto do Universo? É algo que a gente se debate há muitos séculos e que agora finalmente a ciência está tendo os instrumentos para explorar essa questão”, completou Salvador Nogueira.
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