Preocupado com os efeitos da seca no Nordeste e no norte de Minas Gerais, o presidente Lula (PT) pediu aos ministérios um plano contra a estiagem. As previsões de que a escassez de chuvas no semiárido irá se agravar nos primeiros meses de 2024, um ano eleitoral, também afligem governadores e prefeitos da região, onde o PT tem ampla base política.
Ao menos seis ministérios foram acionados. Inicialmente, a ideia é lançar as medidas ainda em janeiro. Mas é possível que a estratégia seja concluída apenas no início de fevereiro.
Além dos efeitos diretos à população, o Palácio do Planalto teme que a seca atinja negativamente a atividade econômica da região.
Um estudo de órgãos climáticos do governo apontou, no fim de dezembro, que no primeiro trimestre deste ano deve haver um agravamento da seca, especialmente no norte da região Nordeste. Além disso, concluiu que os “principais reservatórios da região Nordeste também perderam armazenamento, atingindo volume equivalente de 41,9%”.
Essas informações foram apresentadas no mais recente documento de monitoramento dos efeitos do El Niño. Mensalmente, Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), ANA (Agência Nacional de Águas) e Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres) fazem previsões para esse fenômeno climático.
O semiárido brasileiro se estende pelos nove estados do Nordeste e também pelo norte de Minas Gerais. No total, ocupa 12% do território nacional e abriga cerca de 28 milhões de habitantes.
Folha de S.Paulo