Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, os dois fugitivos da penitenciária federal de segurança máxima do Rio Grande do Norte que foram recapturados nesta quinta-feira (4), no Pará, voltaram para Mossoró. A transferência foi realizada em um avião da Polícia Federal.
Eles deixaram o prédio da PF em Marabá, no Pará, por volta de 21h20 da noite de ontem. Um efetivo de cerca de 80 policiais militares foi envolvido na ação. Os dois ficaram em silêncio durante o depoimento na delegacia.
Os presos recapturados retornam para um presídio, que teve a segurança reforçada. Segundo a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), houve uma mudança completa nos protocolos adotados, não só na penitenciária de Mossoró, mas em todas as cinco unidades federais.
Uma das mudanças em Mossoró foi a troca das câmeras de vigilância, que não estavam funcionando direito e não registraram detalhes da fuga. Também foram aumentadas as rondas internas e externas, assim como as revistas diárias.
O presídio ainda contratou novos policiais penais e melhorou a iluminação em torno do local. Além disso, foi autorizada a construção de uma muralha em torno da penitenciária, que contava apenas com cercas de arame.
Eles conseguiram escapar do presídio de segurança máxima no dia 14 de fevereiro e foram recapturados 50 dias após a fuga, que foi a primeira registrada no sistema penitenciário federal desde que foi criado, em 2006, para isolar lideranças de organizações criminosas e presos de alta periculosidade.
Recaptura
A recaptura foi considerada uma questão de honra para o Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Segundo o ministro Ricardo Lewandowski, as investigações apontaram que eles queriam sair do Brasil, mas ele não informou para qual país.
Rogério e Deibson estavam na cidade de Marabá, no estado do Pará, a mais de 1500 quilômetros do presídio de Mossoró, de onde fugiram. Para chegar até lá, eles passaram por pelo menos cinco estados. A dupla tinha um fuzil, distintivos falsos, e estava em uma espécie de “comboio do crime”, com três carros.
Quatro pessoas que estavam com os foragidos também foram presas. Em entrevista coletiva, Lewandowski disse ainda que eles chegaram a esboçar reação, com o fuzil apontado para os policiais, mas as equipes agiram rápido e evitaram o tiroteio.
R$ 2 milhões gastos
A recaptura dos fugitivos de Mossoró, no Rio Grande do Norte, custou aos cofres públicos ao menos R$ 2 milhões. Foram mais de 50 dias nas buscas pelos dois criminosos. A recaptura ocorre após desmobilização das forças federais nas buscas. A Força Nacional já não estava mais na operação, apenas a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal estavam envolvidos na ação de buscas.
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