Após pressão de democratas, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo (21) que não irá concorrer à reeleição, em disputa contra o ex-presidente Donald Trump. O anúncio foi feito em uma carta publicada nas redes sociais, onde Biden expressou sua gratidão a todos que trabalharam por sua reeleição e ofereceu apoio à vice-presidente Kamala Harris como indicada do partido.
Na carta, Biden afirmou: “Por enquanto, quero expressar minha mais profunda gratidão a todos aqueles que trabalharam tão fortemente para me ver reeleito.” Ele destacou suas conquistas durante o mandato, incluindo a redução dos custos de medicamentos prescritos para idosos, a expansão do atendimento médico acessível, a aprovação da primeira lei de segurança de armas em 30 anos, a nomeação da primeira mulher afro-americana para a Suprema Corte e a legislação climática mais significativa da história.
- Biden ressaltou que essas conquistas só foram possíveis graças ao povo americano. Ele mencionou que juntos superaram a pandemia e a pior crise econômica desde a Grande Depressão, além de proteger e preservar a democracia e fortalecer alianças globais. “Foi a maior honra da minha vida servir como seu Presidente. E, embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que seja do interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre exclusivamente no cumprimento de minhas obrigações como presidente pelo restante do meu mandato”, afirmou Biden.
O presidente também manifestou seu apoio à vice-presidente Kamala Harris: “Ofereço meu apoio para Kamala ser a indicada pelo nosso partido neste ano. É hora de nos unirmos para combater Trump.”
- Donald Trump, por sua vez, criticou a decisão de Biden e afirmou que ele “não estava apto para concorrer à Presidência e certamente não está apto para servir – e nunca esteve!” Trump acrescentou que Biden “só alcançou o cargo de presidente por meio de mentiras” e criticou sua gestão, especialmente em relação à imigração.
A pressão para a desistência de Biden aumentou após seu desempenho fraco em um debate na CNN, onde sua voz rouca, gagueira persistente e frases confusas causaram preocupação dentro do Partido Democrata. Figuras importantes, como Nancy Pelosi e Barack Obama, expressaram ceticismo sobre a capacidade de Biden vencer Trump.
Inicialmente, Biden repetiu várias vezes que não desistiria da candidatura, mas depois de ser pressionado e de testar positivo para covid-19, reconsiderou sua decisão. Ele também enviou uma carta confrontando deputados democratas, pedindo que parassem de pressioná-lo.
Agora, o Partido Democrata enfrenta o desafio de apresentar um novo candidato que possa unir o partido e enfrentar Donald Trump nas próximas eleições. A convenção democrata está a menos de dois meses, e o partido precisa encontrar um candidato forte em pouco tempo.