O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a usar tornozeleira eletrônica nesta sexta-feira (18), após ser alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) em sua residência, em Brasília. A medida foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), com base em investigações que indicam a possibilidade de um plano de fuga terrestre por parte do ex-mandatário.
Segundo a colunista Mônica Bergamo, da BandNews FM, Bolsonaro estava em casa, na capital federal, e foi surpreendido pela presença dos agentes. Além de sua residência, a sede do Partido Liberal (PL), também em Brasília, foi alvo da operação.
De acordo com as investigações, o ex-presidente não poderia deixar o país por vias aéreas, uma vez que seu passaporte foi apreendido pelo STF. Diante disso, a Polícia Federal suspeita de uma tentativa de fuga por rotas terrestres.
Além da tornozeleira eletrônica, Bolsonaro está proibido de:
- Manter contato com o deputado Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos;
- Falar com embaixadores ou se aproximar de embaixadas;
- Sair de casa após as 19h;
- Usar redes sociais.
O advogado Celso Vilardi, que representa Bolsonaro, afirmou à colunista que “a defesa está surpresa” com a imposição das medidas.
Em nota oficial, o Partido Liberal reagiu com “estranheza e repúdio” à ação da PF. “Se o presidente Bolsonaro sempre esteve à disposição das autoridades, o que justifica uma atitude dessa?”, questiona o texto. O partido classificou a decisão do STF como “desproporcional” e reafirmou a confiança no ex-presidente: “Reafirmamos nossa confiança no presidente Jair Bolsonaro, seu compromisso com o Estado Democrático de Direito e com a verdade”.
O deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, também confirmou a operação e declarou à Band Brasília que Bolsonaro “recebeu os agentes da PF com surpresa”. Segundo ele, foram apreendidos celulares, documentos e um computador durante a ação.
Já a defesa do ex-presidente divulgou nota oficial afirmando ter recebido a decisão com “surpresa e indignação”, e que Bolsonaro sempre “cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário”. O texto diz ainda que a equipe jurídica “irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial”.