O festival de música eletrônica que acontecia perto da fronteira com a Faixa de Gaza, em Israel, acontecia há mais de 4 horas quando os primeiros bombardeios foram ouvidos pelos amantes de rave No meio da aglomeração, Rafael Birman, morador de Tel Aviv – capital israelita – há quase seis anos, conta que, “no meio da música, a gente acabou ouvindo ‘boom boom’”.
Participante da rave com amigos, o brasileiro conseguiu escapar do local com seus conhecidos e não foram atingidos ou capturados pelas emboscadas realizadas pelo grupo terrorista Hamas – responsável pelos ataques. O grupo testemunhou várias cenas de terror.
“Tinha um carro vindo em direção ao evento. Totalmente destruído. Uma menina totalmente ensanguentada. O carro que me parece atingido por uma granada, uma bomba. Estava sem roda da frente. Uma menina gritando em hebraico terrorista. No momento que a gente entrou a direita a gente foi baleado. Abriram fogo contra o carro.”
“Levam os dois, três segundos para gente entender o que estava acontecendo. Até que a janela trazer explodiu. E a gente entendeu estava sendo atacada por terroristas. Assim que ele começou a ser baleado um jipe de saudade da fronteira se aproximaram. E começar a trocar fogo com os terroristas. E aí, todo mundo desceu do carro ficou deitado no chão embaixo do carro. Ficamos por 15, 20 minutos sendo fuzilados. Essa é a palavra mais adequada para situação”, conta Rafael.
Rafael chegou a gravar vídeos durante a fuga do local em busca de um abrigo seguro. Em um dos momentos de tensão, o brasileiro enviou um áudio para a mãe onde se despediu caso algo de pior ocorresse.
“A gente está no meio de um tiroteio. Se acontecer alguma coisa, saiba que eu te amo”, afirmou.
Outro brasileiro que sobreviveu aos ataques na rave é Rafael Zimermann, que quebrou a perna e foi ferido por estilhaços de uma granada. O rapaz passou por cirurgia e no último domingo (08) recebeu alta.
Pelo menos 4 brasileiros seguem desaparecidos. Três estavam na mesma festa: Bruna Baleanu, de 24 anos que tem dupla nacionalidade. Rananani Glazer que também é brasileiro-israelense, de 24 anos. E Karla Stelzer, de 41 anos. Celeste Fishbein, de 18 anos, mora em uma região que foi atacada e também está desaparecida.
“É tudo um pesadelo. Por sorte pessoas próximas minhas que estavam no festival conseguiram se salvar. Mas existem esses conhecidos de amigos meus que a gente não sabe o paradeiro até agora”, afirmou a publicitária Gabriela Varella.
O evento de música eletrônica que acontecia em Israel foi criado no brasil, nos anos 2000. As pessoas que compraram ingresso foram avisadas sobre o local da rave uma hora antes do início. A proximidade com a faixa da gaza foi motivo de preocupação para parte dos jovens.
Segundo o Itamaraty, 14 mil brasileiros moram em Israel e 6 mil na palestina, a maioria fora da área afetada pelos ataques. Mas 90 estão sendo monitorados com maior atenção: 30 que vivem na faixa de gaza e outros 60 que moram em território israelense, perto da zona de conflito.
Pedidos de volta dos Brasileiros
Em Tel Aviv, de acordo com Ministério das Relações Exteriores, a embaixada brasileira já colheu os dados de pelo menos mil brasileiros hospedados em Tel Aviv e em Jerusalém interessados em voltar ao Brasil — a maioria é de turistas que estão em Israel.
Israel ataca 500 alvos em Gaza e prende membro do Hamas
A última informação oficial é de que Israel realizou mais de 500 ataques aéreos e de artilharia contra alvos do Hamas, na Faixa de Gaza.
Duas sedes operacionais do Hamas — uma delas dentro de uma mesquita — foram atingidas nesse ataque aéreo.
Os combates entre o exército de Israel e integrantes do Hamas em território israelense continuam nesta segunda-feira em “sete ou oito” locais ao redor da Faixa de Gaza, informou um porta-voz militar israelense.
O clima é de tensão e as próximas 48 horas serão decisivas, porque as Forças Armadas de Israel planejam um ataque terrestre massivo na região de Gaza.
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