A Polícia Militar do Ceará e da Paraíba reforçaram a segurança na divisa com o Rio Grande do Norte após a fuga de dois presos da penitenciária federal de Mossoró, na região Oeste do estado, na última quarta-feira (14).
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Ceará, os agentes realizam diligências e abordagens na região para capturar os foragidos, caso eles fujam para o estado que faz fronteira com o Rio Grande do Norte.
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“A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS/CE) informa que a Polícia Militar do Ceará (PMCE) realiza diligências e reforçou as abordagens na divisa entre o Ceará e o Rio Grande do Norte, após fuga de presos naquele estado. Levantamentos de equipes de inteligência da SSPDS e suas vinculadas também são realizados no intuito de auxiliar os trabalhos desenvolvidos pelo RN”, declarou em nota.
O governo do Rio Grande do Norte já havia alertado na quarta-feira os governos do Ceará e da Paraíba – estados vizinhos – para reforçar a segurança nas divisas.
A fuga dos detentos Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento é a primeira registrada no sistema penitenciário federal, coordenado pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Ações do Ministério da Justiça
Após a fuga de dois presos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) na madrugada desta quarta-feira (14), o Ministério da Justiça e Segurança Pública irá modernizar o sistema de videomonitoramento dos cinco presídios federais e aperfeiçoar o sistema de controle de acesso, inclusive com reconhecimento facial de todos que ingressam nas unidades prisionais. As medidas foram anunciadas pelo ministro Ricardo Lewandowski nesta quinta-feira (15).
Também serão ampliados os sistemas de alarmes e sensores de presença nas unidades prisionais federais. O governo pretende ainda viabilizar, por meio do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), a construção de muralhas em todos os presídios federais, a exemplo do que foi feito no presídio do Distrito Federal.
Outra medida anunciada pelo ministro é a requisição para a nomeação de 80 policiais penais federais aprovados em concurso público para reforçar o sistema prisional federal. Parte do contingente será deslocado para Mossoró.
Investigação da fuga
Para apurar as causas da fuga estão sendo realizados dois tipos de investigação: uma de caráter administrativo, para apurar responsabilidades disciplinares, e um inquérito policial aberto no âmbito na Polícia Federal, para apurar eventual responsabilidade de natureza criminal e a participação de pessoas que eventualmente possam ter facilitado a fuga dos dois detentos.
“Estamos atentos, operantes, e todos os esforços estão sendo desenvolvidos para a recaptura e na apuração de responsabilidade, tanto no âmbito administrativo quanto criminal”, disse Lewandowski.
Há, no Brasil, cinco penitenciárias federais em funcionamento. Classificadas como presídios de segurança máxima, cada unidade conta com sistema de vigilância avançado com captação de som ambiente e monitoramento de vídeo – material de vigilância que a secretaria afirma ser replicado, em tempo real, para a sede da Senappen, em Brasília.
Medidas tomadas logo após a fuga
Ainda na quarta-feira, o ministro determinou o afastamento imediato da atual direção da Penitenciária Federal em Mossoró. Na quinta, foi nomeado o ex-diretor da Penitenciária Federal de Catanduvas (PR) Carlos Luis Vieira Pires como interventor da unidade prisional.
Foram acionadas a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), entidade que congrega as policiais federais e estaduais que combatem o crime organizado
Os dois fugitivos foram incluídos no Sistema de Difusão Vermelha da Interpol e no sistema de proteção de fronteiras.
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