Ceará-Mirim vem se firmando como um dos principais polos de economia cultural do Rio Grande do Norte. De acordo com a mais recente análise da Diretoria de Inovação e Competitividade do Sistema Fecomércio RN, o município movimentou mais de R$ 12,3 milhões com seus dois maiores eventos: Santo Antônio do Povo e Festa de Emancipação Política.
Os números foram apresentados nesta quarta-feira (22), durante uma coletiva de imprensa na sede da Prefeitura, que reuniu autoridades municipais, representantes do setor turístico, empreendedores e a imprensa local.
Economia em crescimento
O levantamento aponta que, em apenas quatro dias de festividades, o volume financeiro movimentado correspondeu a 1,7% do PIB anual de Ceará-Mirim, estimado em R$ 721 milhões. Na prática, a cidade registrou em menos de uma semana o equivalente a 19 dias de atividade econômica em condições normais.
Os recursos circularam principalmente nos segmentos de alimentação e bebidas, comércio varejista e ambulante, transporte, hospedagem e serviços de eventos. Segundo o estudo, 65% dos empreendedores beneficiados são microempreendedores individuais ou atuam de forma informal.
Geração de empregos e renda
O impacto também se refletiu no mercado de trabalho. Aproximadamente um em cada quatro empreendedores contratou funcionários temporários, resultando em cerca de 250 postos diretos e indiretos.
Os lucros médios variaram entre R$ 2,3 mil e R$ 3,3 mil em apenas dois dias de evento — um ganho que pode chegar a quase o dobro do PIB per capita mensal do município.
Turismo em alta e visibilidade regional
Com público superior a 70 mil pessoas, as duas festas reuniram um contingente maior que metade da população local. Entre os participantes, 23 mil eram turistas vindos de outros municípios e estados. O gasto médio diário ficou entre R$ 148 e R$ 160 para os moradores e R$ 222 a R$ 230 para visitantes.
O estudo também revelou um efeito multiplicador de 1,74, indicando que cada real gasto pelos turistas gerou R$ 0,74 adicionais na economia da cidade.
Os visitantes vieram, em sua maioria, de Natal, Extremoz, Ielmo Marinho e Parnamirim, além de estados como Pernambuco, São Paulo, Distrito Federal e Bahia — reforçando o papel de Ceará-Mirim como destino de turismo cultural de curta duração.
Inclusão e sentimento de pertencimento
Os dados reforçam o caráter popular, diverso e inclusivo das festas. Entre os participantes, 81% têm renda de até cinco salários-mínimos, 55% são mulheres e 53% estão na faixa de 16 a 34 anos.
A aprovação também foi expressiva: mais de 90% dos entrevistados elogiaram a segurança e o ambiente familiar, enquanto 95% declararam intenção de retornar em 2026.
Cultura que movimenta a cidade
O relatório da Fecomércio RN conclui que Ceará-Mirim está consolidando um modelo híbrido de desenvolvimento territorial, no qual a economia da cultura se torna vetor de geração de renda, empregos e fortalecimento da identidade local.
Para o prefeito Antônio Henrique, os resultados comprovam que as festas populares têm papel fundamental na economia e na autoestima da população.
“Os dados mostram que nossas festas populares não são apenas celebrações culturais — são instrumentos de geração de renda, de fortalecimento da autoestima do nosso povo e de projeção regional de Ceará-Mirim”, destacou o prefeito.
Ele lembrou ainda que os investimentos nos grandes eventos começaram na gestão do ex-prefeito Júlio César e que a atual administração vem ampliando e profissionalizando essas ações.
“Ceará-Mirim vem se destacando cada vez mais no turismo de eventos, atraindo visitantes, fortalecendo o comércio local e gerando emprego e renda para nossa população. Esse trabalho é contínuo e vem mostrando resultados muito positivos para toda a cidade”, completou.