A aquicultura brasileira vive um momento de expansão e otimismo. Com produção recorde de camarão e forte crescimento na piscicultura, o setor se prepara para celebrar seus avanços na XXI Feira Nacional do Camarão (FENACAM), que começa nesta terça-feira (11) e segue até o dia 14 de novembro, no Centro de Convenções de Natal (RN).
Realizada pela Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), a feira é considerada o maior evento de aquicultura e carcinicultura das Américas. A expectativa é reunir mais de 7 mil visitantes, 200 expositores e 60 palestrantes nacionais e internacionais vindos de países como França, Bélgica, Noruega, México, Vietnã, China, Singapura, Equador, Chile e Estados Unidos.
Nordeste em destaque e nova lei de incentivo no RN
Com protagonismo de estados como Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, o Nordeste reafirma sua liderança na carcinicultura brasileira. O Rio Grande do Norte, em especial, anuncia durante o evento a sanção da Lei Complementar nº 798/2025, que cria o Programa de Interiorização da Carcinicultura.
A medida, assinada pela governadora Fátima Bezerra, oferece isenção de taxas de outorga e licenciamento ambiental para pequenos e médios produtores que investirem no cultivo de camarão no interior do estado. O objetivo é estimular o desenvolvimento regional e gerar empregos fora do litoral, promovendo um crescimento sustentável e descentralizado do setor.
Números que impressionam
Em 2024, o Brasil produziu 210 mil toneladas de camarão cultivado, um crescimento de 20% em relação ao ano anterior, com valor estimado em R$ 5 bilhões. Já a piscicultura nacional alcançou 968 mil toneladas, movimentando R$ 10,2 bilhões, com destaque para Amapá, Paraná, São Paulo e Bahia.
No cenário internacional, a produção global de camarão deve atingir 7,8 milhões de toneladas em 2025, consolidando o setor como um dos mais dinâmicos do agronegócio mundial. O Brasil já está entre os sete maiores produtores do planeta, com potencial crescente de exportação e inovação tecnológica.
FENACAM: conhecimento, negócios e cultura potiguar
Mais do que uma feira de negócios, a FENACAM é uma celebração da força produtiva e cultural do Nordeste — especialmente do Rio Grande do Norte, onde o camarão é símbolo da culinária, do turismo e da identidade potiguar.
“A FENACAM é uma vitrine estratégica para ampliar nossa competitividade, trocar experiências e atrair investimentos para toda a cadeia produtiva da aquicultura e da carcinicultura. É um espaço de conhecimento e fortalecimento da relação entre produtores, empresas e o poder público”, destaca Itamar Rocha, presidente da ABCC e da FENACAM 2025.
Temas e atrações da programação
A programação técnica da FENACAM inclui simpósios, painéis e mesas-redondas sobre temas essenciais para o futuro do setor, como:
- Aplicação da Inteligência Artificial na aquicultura em viveiros;
- Panorama e desafios da produção mundial de camarão marinho cultivado;
- Sustentabilidade e economia azul;
- Inovação em nutrição, biossegurança e genética de espécies cultivadas;
- Oportunidades e gargalos do mercado brasileiro de carcinicultura.
Entre os destaques estão o XXI Simpósio Internacional de Carcinicultura, o XVIII Simpósio Internacional de Aquicultura e a III RECARCINA (Rede Nacional de Carcinicultura), que reunirá especialistas do Brasil e do Equador.
Uma das novidades desta edição é a Cozinha Show, organizada em parceria com a ABRASEL/RN, com demonstrações culinárias e degustações de pratos à base de camarão e peixe, das 16h às 20h, durante todos os dias da feira.
Abertura oficial e expectativa de negócios
A abertura oficial ocorre nesta terça-feira (11), às 19h, com presença de autoridades, empresários e representantes do setor produtivo. A programação técnica será realizada das 8h30 às 13h, enquanto a visitação à feira acontece das 14h às 22h, de quarta a sexta-feira.
Com expectativa de superar os R$ 40 milhões em negócios futuros registrados em 2024, a XXI FENACAM reafirma seu papel como hub de inovação, conhecimento e sustentabilidade da aquicultura brasileira — um setor que cresce em produtividade, tecnologia e importância econômica para o país.



















