Mesmo as infecções mais leves de Covid-19 podem alterar a funcionalidade do cérebro e desencadear patologias neuropsiquiátricas, segundo estudos sobre a doença apresentados na 9ª edição do BRAINN Congress, organizado pelo Instituto de Pesquisa sobre Neurociências e Neurotecnologia da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). As consequências mais comuns da Covid-19 longa percebidas em diferentes pacientes são:
- Sonolência excessiva
- Fadiga
- Depressão
- Ansiedade
- Perda de memória
Um dos estudos, a partir de exames de ressonância magnética em pacientes infectados com quatro cepas diferentes de SARS-CoV-2, constatou atrofia da massa cinzenta, incluindo o lobo frontal e o sistema límbico, hiperconectividade cerebral e piora na memória verbal.
Outra pesquisa, feita com base em um grupo de trabalhadores bancários, com características semelhantes de trabalho, rotina e nível educacional, relatou que mais de 60% deles possui problemas relacionados à memória e cognição, com persistência de sonolência excessiva e sintomas de depressão e ansiedade após a infecção.
Já participantes submetidos a tarefas que exigiam forças do movimento de abdução do dedo indicador e da contração do músculo primeiro interósseo dorsal, localizado entre o polegar e o indicador, apresentaram habilidade motora reduzida, com diminuição na capacidade de sustentar a força.
Nesse cenário, a fadiga tem como potencial explicação a redução da atividade dos neurônios, disfunção nas vias gabaérgicas (sistema que regula o processamento cognitivo e emocional) e alterações nas habilidades de controle de ações, emoções e pensamentos.
Orbi