A participação em corridas de rua com pets tem crescido significantemente ao longo dos anos. Muitas corridas agora oferecem categorias específicas para corredores que desejam participar com seus animais de estimação. Mas, antes de sair por aí correndo com o seu pet, há uma série de cuidados sérios e indispensáveis a serem tomados – tanto para a saúde, quanto para o bem-estar do seu doguinho.
As corridas de rua para pets geralmente incluem diferentes distâncias para acomodar uma variedade de níveis de condicionamento físico, tanto para os corredores quanto para seus animais de estimação. Para que tudo dê certo, o Nosso Corre conversou com a médica-veterinária nutróloga Mayara Andrade e elencou algumas dicas de ouro para que essa parceria dê certo.
O que observar antes de começar a correr com seu pet
1. Nem todas as raças são de corredores.
Embora todos os cachorros apresentem momentos de euforia e corrida isso não significa que estejam preparados para correr. Observar o porte do seu cão é o primeiro de alguns requisitos a serem preenchidos. Raças com biotipo mais longilíneo e magro geralmente se encaixam bem na corrida. Porém, raças de porte pequeno e focinhos curtos tendem a sofrer com a prática, podendo correr risco de vida.
A veterinária ainda alerta que é preciso observar a idade do seu peludo. “A idade do cão pode influenciar a capacidade dele para corridas. Cães mais jovens podem ter mais energia, mas também é importante evitar exercícios intensos para filhotes em crescimento.” Por isso, a segunda dica é essencial!
2. Consulte um veterinário
Assim como é recomendado para nós, humanos, buscar a opinião e o aval médico antes de iniciar uma atividade física, com os cães essa regra também é vital para atestar que seu amigo de quatro patas esteja saudável e apto para atividades físicas intensas.
“Certas condições médicas podem impactar a capacidade do seu animal de participar de corridas regulares”, alerta Mayara.
3. Condicionamento físico gradual
Não cometa o erro de se inscrever em uma prova e não treinar para ela! Essa recomendação é para nós, humanos, e também para os nossos pets.
É crucial construir a resistência do seu cão gradualmente. Comece com distâncias curtas e aumente progressivamente para evitar lesões musculares ou articulares. Observe como o seu cão responde ao exercício e ajuste o nível de intensidade conforme necessário.
Observado os três requisitos básicos, você já pode escolher uma prova e traçar um plano de treino para você e para o seu cão também.
Mas atenção! Precisamos fazer ajustes na alimentação do seu novo companheiro de corrida. Já demos dicas de alimentação pré e pós treino para vocês, pais e mães de pets. Agora é a vez de olhar por eles!
Nutrição pet
Mayara Andrade, que também é médica-veterinária nutróloga da BRF Pet, dona de marcas como Biofresh e Guabi Natural, ressalta a importância do manejo alimentar: “Quando a gente fala em nutrição, precisamos pensar nos elementos nutricionais, mas também precisamos considerar a energia. Se eu dou nutrição a menos, esse animal ficará com fome e fica subnutrido”. E complementa: “Precisamos adaptar a alimentação nos dias de treino para evitar que o animal sinta-se mais cansado, com dores musculares ou vomite durante a corrida”.
Em adição, a oferta de água é muito importante, em especial no pós-treino ou pós-prova. E em alguns casos, Mayara também recomenda um alimento mais úmido, como sachê, para ajudar nessa regulação de temperatura e reposição calórica.
Também é válido dizer que muitos tutores aproveitam os finais de semana para uma caminhada mais longa com seu pet no parque e uma corridinha básica, mesmo que não haja uma prova como foco. Mayara recomenda conversar com um profissional veterinário sobre possíveis ajustes alimentares nesses dias e lembra: “Como dito anteriormente, o cálculo para a quantidade de alimentos que esse animal receberá diariamente é feito a partir de um perfil (idade, peso e gasto calórico). Quando existe quebra dessa rotina, há uma demanda diferente para aquele momento”.
Contudo, manobras alimentares sem orientações médicas, podem resultar em obesidade canina. Uma condição que não deve ser NUNCA combatida com a corrida, no caso de cães, que podem se machucar seriamente com rupturas em ligamentos e lesões nas patas. O ideal é que o animal esteja dentro da faixa de peso ideal, para praticar atividades físicas de maior impacto.
Treinos e provas em dias quentes
Por fim, com o aumento das temperaturas e a chegada do verão, o Nosso Corre aproveitou a conversa com Mayara e listou abaixo algumas dicas da veterinária:
1. Clima e temperatura
Evite correr em condições extremas de temperatura. Em dias muito quentes, opte por correr nas horas mais frescas do dia.
2. Superfície do terreno
Escolha percursos com superfícies amigáveis para as patas do seu cão. Evite asfalto quente, pois pode queimar as almofadas das patas. Prefira caminhos de terra, grama ou trilhas para minimizar o impacto nas articulações.
3. Hidratação
Leve água suficiente para você e seu cão, e pare regularmente para oferecer líquidos. Cães podem se desidratar rapidamente e a hidratação adequada é crucial, especialmente em dias quentes.
4. Guias
Use uma coleira confortável e segura para o seu cão. Algumas pessoas preferem utilizar um arnês para distribuir a pressão de maneira mais uniforme e evitar desconforto no pescoço. Certifique-se de que a guia é forte o suficiente e mantenha seu cão sob controle.
5. Proteção solar
Animais com pelagem clara têm maior tendência ao câncer de pele e precisam usar protetor solar quando expostos ao Sol.
Com essas dicas, a corrida com seu pet ficará mais segura e trará mais ‘parceria’ para a relação de vocês!
Por Cacá Filippini
Cacá Filippini é comunicadora e maratonista engajada em saúde, bem-estar físico, mental e esporte. Mãe de dois filhos biológicos e de dois que a vida a presenteou através de seu marido, forma uma família cheia de diferentes desafios etários, que vão da maternidade de um universitário até o dia a dia de uma criança especial. Como uma mulher REAL com muita história de superação, Cacá se divide em universos femininos ligados à maternidade, ao ser mulher 40+, aos desafios do corre diário de quem precisa equilibrar a vida e claro, das maratonas que corre pelo mundo.
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