Fernando Diniz é o novo técnico da Seleção Brasileira. O anúncio foi feito na noite desta terça-feira (4) pela CBF. O treinador esteve hoje na sede da entidade, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, para assinar contrato de um ano. Neste período, Diniz vai conciliar os trabalhos à frente da Seleção e do Fluminense.
Na prática, Diniz assume o Brasil interinamente até junho de 2024, quando se encerra o contrato de Carlo Ancelotti com o Real Madrid, e o italiano estará livre, em tese, para assinar com a CBF.
A apresentação está marcada para esta quarta-feira (5), às 15h, na sede da CBF.
“Um sonho para qualquer um. Uma honra e um orgulho enorme poder prestar serviço à Seleção. De fato é uma convocação, ainda mais do jeito que aconteceu. Um trabalho conjunto da CBF com o Fluminense”, disse Diniz, nas primeiras palavras como técnico do Brasil.
“Eu tenho muita convicção de que a gente tem tudo aí pra levar isso adiante e fazer com que dê certo”, completou.
“Saiu da mesmice”
Em vídeo divulgado pela CBF, o presidente da confederação, Ednaldo Rodrigues, encheu Diniz de elogios e disse que acompanha a carreira do técnico desde os tempos de Audax-SP.
Segundo Rodrigues, Diniz tem um “modo diferente de treinar os atletas”.
“Saiu de uma mesmice para situações arrojadas”, afirmou o dirigente.
“Eu tenho certeza que todo esse trabalho e competência que ele tem, ele vai aplicar na Seleção Brasileira e será muito bem recebido por todos os atletas”, concluiu Rodrigues.
Chutão proibido
Conhecido pelo estilo corajoso, com valorização do toque de bola e posse, o ex-meia Fernando Diniz começou a carreira no pequeno Votoraty-SP. No clube da cidade de Votorantim, conquistou os títulos da Série A3 do Paulistão e da Copa Paulista.
Enquanto peregrinava por times modestos do interior, Diniz foi aos poucos ficando conhecido pelo estilo arrojado, ainda que os resultados não acompanhassem a fama. Era comum ouvir falar, nessa época, do treinador como alguém que proibia os jogadores de dar chutões.
Em 2016, o técnico finalmente ganha projeção nacional com o vice-campeonato do Paulistão com o Audax – perdeu para o Santos na final. Mas ainda não era o suficiente para chamar a atenção dos grandes.
Depois de passagens sem brilho por Oeste, Audax novamente e Guarani, Diniz foi contratado pelo Athletico-PR, na primeira chance em um clube grande. A passagem foi decepcionante, mas seguiu despertando o interesse de times de maior projeção. Teve, então, a primeira passagem pelo Fluminense, mas sem resultados expressivos.
“Dinizismo” e título com o Fluminense
No São Paulo, em 2021, chegou perto do título do Brasileirão, mas foi demitido antes do fim do campeonato, após sequência sem vitórias. Passou por Santos e Vasco, este na Série B, rapidamente, sem sucesso.
A consagração veio, enfim, no Fluminense. De volta ao Tricolor das Laranjeiras, recuperou o futebol de Paulo Henrique Ganso ainda em 2022, montando uma equipe que praticava um futebol vistoso e capaz de encarar os estrelados Palmeiras e Flamengo. O estilo logo foi batizado de Dinizismo.
No ano seguinte, conquistou o primeiro título de primeira divisão: o Campeonato Carioca, após vencer o Flamengo na final, com uma goleada de 4 a 1. De quebra, encerrou a sina de fracassado e técnico de trabalhos com “data de validade”.
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