O uso das “drogas K” vem crescendo na maior cidade do país. O preço baixo e os efeitos devastadores se tornaram um desafio para tanto a saúde quanto para a segurança pública.
“A pessoa fica fora do controle (quando usa K9). Ela era barata antes? Não, chegou caro. Muito pouco quantidade e mais caro. Conforme expandiu, diminuiu o preço e veio mais quantidade de droga”, disse um usuário.
O jovem de 25 anos hoje tenta se livrar da dependência das drogas, que piorou desde que ele passou a consumir também a chamada k9.
Casos como o dele se multiplicam nesse centro de referência para dependentes químicos no centro de São Paulo. O serviço começou a há seis meses. No início 12% das pessoas atendidas relatavam o consumo das drogas k.
Agora são 30% dos atendimentos. Nos relatos, a combinação deste tipo de droga com outras para aumentar o efeito das substâncias. Isso tem transformado as drogas k num enorme desafio para a saúde e para a segurança pública.
“É uma droga que causa uma série de transtornos mentais, como quadros psicóticos, depressão, ansiedade. O indivíduo fala que tá usando K2, K9, spice… nós não sabemos exatamente qual o tipo de canabinoide sintético que o indivíduo tá utilizando.
E é muito importante que nós saibamos para que nós possamos ajustar cada vez mais o tratamento”, afirmou o médico Quirino Cordeiro
A droga feita em laboratório é líquida e pode ser borrifada em muita coisa, ganhando vários nomes, se espalhando e dificultando o trabalho da polícia.
“Ela vai ser chamada de K2 quando borrifada em tabaco, ervas, ou K9, dependendo da composição química, ou K4 quando é borrifada em micro pontos de papel”, contou o delegado Fernando Salgado.
Só até setembro desse ano, a polícia apreendeu mais de 100 quilos da droga em São Paulo. Em todo o ano passado, foram 11 quilos.
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