Outono é quase sinônimo de doenças respiratórias, seja pela alta dos casos de alergias como também pela circulação de vírus, entre outros patógenos, que afetam o sistema respiratório.
A lista inclui:
- Gripe
- Resfriado
- Sinusite
- Rinite
- Bronquite
- Bronquiolite
- Crises de asma
- Pneumonia
Além de sintomas como tosse e alergias, em decorrência da variação de sazonalidade, caracterizada pela mudança de temperatura, queda da umidade do ar e poluição.
“As infecções respiratórias mais comuns nessa época do ano são causadas por vírus como o rinovírus, adenovírus e metapneumovírus, causadores dos resfriados comuns e, com maior gravidade, a influenza”, lista Silvio Bertini, infectologista do Hospital Japonês Santa Cruz (SP).
O aumento da concentração de poeira e poluentes no ar —por causa do tempo seco dessa época— provoca o ressecamento das mucosas das vias aéreas respiratórias e leva às crises de rinite, sinusite, faringite e asma.
“A rinite é uma inflamação alérgica e que afeta o nariz, enquanto a asma é uma doença inflamatória crônica que prejudica os brônquios. A faringite e a sinusite, na faringe e nos seios da fase, respectivamente, são infecções que podem ser desencadeadas por vírus e bactérias, e não apenas alergia”, explica Maria Vera Cruz, pneumologista do HSPE (Hospital do Servidor Público Estadual), em São Paulo.
A existência de alterações anatômicas, como o desvio do septo nasal, também favorece a piora dessas enfermidades, segundo Leonardo Bomediano Garcia, otorrinolaringologista do Hospital Sírio-Libanês (SP). “Hipertrofia dos cornetos nasais e bloqueios na drenagem dos seios da face são fatores que podem ser considerados como de piora dos sintomas alérgicos e aumento das infecções respiratórias.”
Frio deixa doente?
É preciso esclarecer que uma das principais crenças que relaciona as baixas temperaturas como diretamente responsável pelos casos de resfriados não passa de mito.
Na realidade, o frio em si não causa doenças respiratórias. O que ocorre nesta época do ano é que as pessoas tendem a passar mais tempo em ambientes fechados, com pouca circulação de ar, levando ao crescimento da disseminação dos vírus respiratórios.
Thales Araújo de Oliveira, pediatra do centro de excelência e pronto-socorro do Sabará Hospital Infantil, que realiza uma campanha contra a circulação de notícias falsas.
A boa notícia é que cuidados com a higiene pessoal, como fazer lavagem nasal com soro fisiológico, vacinação em dia e limpeza adequada de roupas de frio e cobertores guardados colaboram com a redução da incidência de casos.
Os hábitos recomendados durante a alta dos casos de covid, como lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool em gel, evitar aglomerações e usar máscaras também são práticas que devem ser mantidas para evitar a proliferação tanto do coronavírus quanto de outros, como o vírus da influenza.
Deve-se ter cuidado também com a manutenção do ar-condicionado, local em que se acumulam bactérias e a outros agentes, como legionella, que causa pneumonia.
Doenças mais comuns e sintomas
- Resfriados: mal-estar, espirros, coriza e obstrução nasal, febre, que ficam mais leves após o período de 48 horas. Já o quadro inicial da gripe tem características similares ao do resfriado, entretanto o tempo do paciente sintomático é maior, em torno de uma semana, com a presença de falta de apetite e perda de peso.
- Gripe: o vírus influenza tem alta transmissibilidade por espirro e tosse, além do contato direto das mãos e objetos comuns como corrimões e maçanetas.
- Viroses: o tempo seco propicia a colonização de vírus e infecções respiratórias com alta transmissibilidade levando ao aumento de viroses que provocam diarreia, febre, vômito, enjoo, dor muscular, dor na barriga, dor de cabeça e secreção nasal.
- DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) está relacionada ao tabagismo: Com o ar seco e a inflamação de mucosas entre os meses de março e junho, há maior incidência da bronquite crônica (estreitamento das vias aéreas) e de enfisema (danos irreversíveis nos alvéolos).
- Covid-19: há o aparecimento de quadro inflamatório da garganta, evolução para tosse seca, seguida de espirros, coriza, mal-estar, febre, bem como fraqueza. Ocorre também a diminuição de olfato e paladar.
Quando buscar ajuda?
Quem está com nariz obstruído, congestão nasal recorrente, espirros, coriza, episódios de sinusite, asma e bronquite deve se consultar com especialistas, como o otorrinolaringologista, para o tratamento correto a fim de evitar o aparecimento ou piora do quadro.
Janaína Silva