Com grande estrutura física, tecnologia e talento dos artistas mossoroenses, teve início na noite desta quarta-feira (7), no adro da igreja de São Vicente, na avenida Alberto Maranhão, centro da cidade, a nova temporada de apresentação da peça “Chuva de Bala no País de Mossoró”, um dos maiores espetáculos cênicos a céu aberto do país. O evento, que está completando 21 anos de exibição, é parte integrante da programação do Mossoró Cidade Junina.
A história de bravura do povo Mossoró, que resistiu e rechaçou o ataque do cangaceiro Lampião e seu bando, em 13 de junho de 1927, em combate ocorrido exatamente no local onde acontece a encenação, está sendo contada através da performance de um elenco de 84 atores e bailarinos genuinamente mossoroenses, fator que sublinha a apresentação deste ano.
Além do talento dos artistas, o espetáculo conta ainda com novos elementos, moderno sistema de iluminação e a riqueza de um figurino minuciosamente elaborado para retratar os aspectos da época.
A força nativa na encenação de uma das mais importantes passagens da história local começa pela condução da peça.
“Uma história tantas vezes contada por várias mãos e vários mestres que por aqui já passaram, pra gente é motivo de muito orgulho, muita satisfação, muita alegria e, principalmente, de muita responsabilidade. É a história dos mossoroenses para os mossoroenses”, declarou, emocionado, Leonardo Wagner, diretor do espetáculo.
Este é o segundo ano em que o “Chuva de Bala no País de Mossoró” conta com a inserção de 20 jovens atores em seu elenco, através do projeto “Jovens Talentos”, medida adotada pelo Município visando incentivar o surgimento de novos nomes na dramaturgia local, como Bernardo Bitencourt, de 18 anos de idade, que participa do espetáculo pela primeira vez.
“É uma experiência até então inimaginável, porque é um processo muito bonito, muito respeitoso. É tudo feito com muito carinho, muito cuidado. É uma responsabilidade muito grande que a gente tem. A gente, que pensa em ser ator, bailarino, às vezes não sabe por onde começar, então um projeto que surge assim é uma porta que se abre e nós ficamos sem acreditar que estamos aqui”, declarou o jovem ator, tomado pela emoção de participar da encenação.
Dentre os vários espectadores atentos, que se acomodaram de frente ao palco durante a encenação, estava o autor da peça, Tarcísio Gurgel.
“A história está no próprio imaginário mossoroense, porque o episódio ocorrido em 1927 foi de tamanha grandeza, que ele veio se reproduzindo nas conversas de calçada, nos encontros de mercado, na vida do cotidiano da cidade, que tem entre os seus momentos de maior grandeza da cidade, esse episódio de resistência do povo. O fato aconteceu de uma forma tão brilhante, que não foi difícil dar cores de dramaturgia ao espetáculo”, declarou o autor, que foi homenageado antes da encenação inaugural deste ano.
Além do público em geral que se acomodou nas cadeiras instaladas e lotou o trecho reservado em frente ao palco, várias autoridades estiveram prestigiando a apresentação do “Chuva de Bala no País de Mossoró”, em sua primeira noite de exibição, como secretários municipais, representantes da cultura e da política local e estadual, como o prefeito Allyson Bezerra, que se manteve atento durante toda a encenação.
“Este é um dia muito aguardado pela população mossoroense e pelos turistas que vêm de diferentes partes do país conhecer a história de Mossoró. O fato é que a resistência do povo mossoroense ao bando de Lampião é muito importante porque é parte da história real do povo de Mossoró. E o espetáculo este ano está com a direção, produção, equipe técnica e todo o elenco de Mossoró. São mais de 150 mossoroenses contando sua própria história, o que também representa geração de emprego e oportunidade de renda durante esse período”, pontuou o gestor municipal.
O espetáculo “Chuva de Bala no País de Mossoró”, este ano, ganhou mais apresentações. Serão 12 no total. Depois da estreia ocorrida nesta quarta-feira, a peça ainda será encenada nos dias 8, 9, 10, 11, 13, 15, 16, 17, 18, 22 e 23 próximos, sempre às 21 horas, no adro da Capela de São Vicente, na avenida Alberto Maranhão, centro da cidade.
Por: Fábio Oliveira