Nesta segunda-feira (9), a Prefeitura de Natal realizou uma coletiva de imprensa, no Palácio Felipe Camarão, com a presença de secretários municipais para apresentar a justificativa pela paralisação da obra da Engorda de Ponta Negra.
De acordo com a prefeitura, a área do material selecionado na jazida é inadequada, pois não possui areia suficiente nem com as características necessárias para o projeto. Como resultado, a prefeitura está à procura de uma nova fonte de areia para dar início à obra. Por enquanto, a dragagem está suspensa.
Essa conclusão foi obtida a partir de um estudo preliminar conduzido pela Fundação Norte-rio-grandense de Pesquisa e Cultura (Funpec). A Funpec foi contratada pelo Município para monitorar o progresso da obra.
O secretário de Meio Ambiente e Urbanismo, Thiago Mesquita, informou que o estudo da Funpec apontou uma “alta probabilidade” da quantidade de areia ser insuficiente, já que o material encontrado no local contém uma quantidade excessiva de cascalho, tornando-o inadequado para uso na praia.
“Dois estudos diziam que em torno de 92% da composição era areia fina e grossa, apropriada para ser utilizada no processo de engordamento, mas antes de começar o procedimento, obviamente se faz novamente uma coleta do material. E no primeiro momento que fizemos, foi observado que em parte da jazida havia cascalho. Um material calcário, conchas que são cristalizadas e formam blocos que não são apropriados para utilizar, pisar, deitar. Nós não sabemos o que de fato aconteceu”, enfatizou o secretário.
Thiago Mesquita acrescentou que a Funpec ainda está finalizando os estudos para determinar se a jazida pode ser completamente descartada ou se poderá ser utilizada em parte. A conclusão desses estudos está prevista para os próximos 10 dias. Enquanto isso, a prefeitura já iniciou a busca por uma nova fonte de areia dentro da área licenciada.
O secretário explicou que, se a nova jazida estiver na mesma área de influência da atual, não será necessário obter um novo licenciamento ambiental. No entanto, se a jazida estiver em uma área diferente, será preciso solicitar uma nova licença ao Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema-RN).
“O que a Funpec nos apontou é que existe grande possibilidade de não ter quantidade suficiente. Por isso, resolvemos chamar a coletiva e oficializamos ao Idema”, disse.
Durante a coletiva, o secretário também anunciou que a Tetra Tech, responsável pelos estudos iniciais da jazida, será chamada para explicar as divergências entre o estudo realizado e as condições encontradas no local. Thiago Mesquita mencionou que a empresa será responsabilizada tanto administrativa quanto legalmente.