O conflito entre Israel e Hamas tem sido foco de atenção e preocupação nos últimos dias. Além das inúmeras perdas humanas, existem outras questões indiretas que são avaliadas, como os impactos logísticos, as relações comerciais do Brasil com Israel e os prejuízos ao setor agrícola.
De acordo com Rafaela Debiasi, especialista em investimentos para o segmento agro há mais de dez anos, o conflito gera impactos indiretos, mas preocupantes, para o Brasil, principalmente no setor do agronegócio. “Primeiramente, há a questão dos preços do petróleo, que normalmente são impactados em conflitos assim e afetam diretamente o custo de produção de fertilizantes, diesel e etanol, influenciando a produção agrícola e os preços dos grãos”, explica.
Segundo Rafaela, a oscilação dos preços do petróleo pode afetar a segunda safra de milho e a competitividade do etanol. “O Brasil monitora de perto as relações comerciais e os desdobramentos do conflito no Oriente Médio, pois isso tem implicações significativas em seu agronegócio”, diz.
A especialista ressalta que o Brasil mantém fortes relações comerciais com Israel, exportando uma ampla variedade de produtos agrícolas, incluindo carnes, soja e cereais. “No entanto, também importamos fertilizantes, defensivos e sementes de Israel. A continuidade do conflito pode afetar essa dinâmica comercial e criar riscos logísticos para as exportações brasileiras, principalmente para países árabes, que são parceiros comerciais importantes”, avalia.
Neste cenário, Rafaela enfatiza que é fundamental manter um olhar atento sobre as dinâmicas globais e as conexões entre o conflito internacional e o agronegócio brasileiro. “Os desafios e impactos estão interligados, e o setor agrícola busca se adaptar a essa nova realidade de incertezas”, finaliza.
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