A obesidade é um problema/condição de saúde que atinge quase 1 bilhão de pessoas no mundo, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde, em 2022. O distúrbio envolve excesso de gordura corporal, aumentando o risco de problemas de saúde.
Atualmente, existem algumas opções para o tratamento da obesidade, como medicamentos e mudanças no estilo de vida, o que inclui dieta reduzida de calorias e a prática regular de atividade física.
Em casos mais extremos, a cirurgia bariátrica é uma opção para quem não conseguiu perder peso com dieta e a ajuda de medicamentos.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), até agosto de 2023 foram realizadas 4.553 cirurgias. No mesmo período, em 2022, o número chegou a 3.777 cirurgias.
Segundo o Dr. Alexandre Silva, médico endocrinologista do IDOMED, no caso da cirurgia bariátrica, o processo baseia-se na “redução da capacidade do estômago em receber alimentos e, com isso, diminui a ingestão calórica consideravelmente”. Mas, a cirurgia possui alguns riscos durante o procedimento e principalmente, no pós-cirúrgico, como a obstrução intestinal e infecções.
Ainda segundo o médico, o principal risco após a cirurgia é de deficiência nutricional, com a menor absorção de nutrientes da dieta.
Além disso, o doutor Alexandre também alerta para a síndrome de Dumping:
“A síndrome de Dumping, que ocorre quando o alimento atinge o intestino delgado de forma rápida e sem ter sido suficientemente digerido, podendo causar sintomas de náuseas, vômitos, tontura, sudorese, e está relacionado ao consumo de alimentos ricos em gordura e açúcar”, explicou.
Dificuldades pós-cirurgia
A Erika Rodrigues Nunez, que realizou a cirurgia a 3 anos e 5 meses, conta que o principal desafio que ela enfrentou foi lidar com a dieta líquida, normal nas primeiras semanas pós-cirurgia.
“A principal dificuldade é ter vontade de mastigar e não poder, porque nas primeiras semanas só pode comer a dieta líquida. Quanto às dores, eu senti somente dos gases que eles colocam para o cirurgião ter um acesso mais fácil ao estômago. E para essas dores melhorarem, eles recomendam fazer caminhadas leves”, disse.
“Para evitar a síndrome de Dumping, recomenda-se fazer as refeições com calma, mastigando bem os alimentos, repousando os talheres na mesa, em pequenas porções”, explica Dr. Alexandre Silva.
O doutor recomenda também evitar alimentos muito açucarados ou gordurosos e monitorizar diariamente quais alimentos do dia a dia trazem a sensação de mal-estar.
O que posso comer após a cirurgia?
Em geral, é preciso manter uma vida mais saudável, que além de ter uma dieta boa e equilibrada, também manter uma rotina regular de atividades físicas. É importante seguir uma dieta rica em frutas, legumes, fibras, proteínas, além de evitar alimentos muito processados e ricos em carboidratos e sódio.
Ter uma quantidade significativa de sono diário permitirá a pessoa acordar disposta. Ingerir boa quantidade de água, e evitar bebidas alcoólicas e o cigarro são práticas recomendadas para se manter uma vida boa, tanto para aqueles que não fizeram uma cirurgia bariátrica, mas principalmente, para aqueles que estão no pós-cirúrgico.
Outros relatos
Jennifer Lauanne Raposo, de 29 anos, realizou o procedimento neste ano e contou que a única dificuldade que está enfrentando no pós-cirúrgico é a sensação de fraqueza.
“Não consegui fazer atividades simples de casa, pois às vezes me sinto muito fraca. Porque, estou apenas na dieta a base de líquido”, contou.
Ana Paula Pupo Guerreiro contou que não se arrependeu de realizar a cirurgia. Ela estava pré-diabética e tinha muitos refluxos. Ela finalizou dizendo que “super indicaria” para os que sofrem com problemas de saúde.
“Nunca me arrependi. Pelo contrário, sempre sofri com a balança e hoje faria tudo de novo se precisasse, foi a melhor decisão. Super indico principalmente para quem tem algum problema de saúde como diabete, refluxo, colesterol entre outros. A mudança não é só física e sim mudança de hábitos”, finalizou.
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