O Presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde, Dr. Fábio Baccheretti, falou sobre o aumento dos casos de Dengue no Brasil. Dentre os principais problemas, o especialista alertou sobre os riscos que a dengue oferece às mulheres grávidas, que sofrem quatro vezes mais o risco de morte pela doença.
Ele explicou que o alto risco está diretamente ligado ao desequilíbrio da parte circulatória da mulher, que fica especialmente afetado durante a gravidez. “Gestante têm uma característica muito comum dentro da gravidez, por um processo de desequilíbrio da parte circulatória, né? Aumenta alguns riscos de coagulação e a Dengue tem um processo de redução de plaquetas e perda de líquido de dentro do vaso para fora dos vasos, que a gente chama de Dengue hemorrágica”, explicou Fábio.
O especialista destacou a importância do acompanhamento atento em casos de suspeita ou confirmação da dengue em gestantes. “Por obrigação, dentro do protocolo, além da hidratação, as gestantes têm que ter um acompanhamento rigoroso para ver se as plaquetas estão muito baixas. As gestantes correm um risco maior de sangramento por isso. Por isso, dentro dos protocolos, as gestantes com algum fator de risco, por obrigação precisa ter um retorno garantido ao quinto dia de sintomas de dengue para que essas complicações não virem um quadro irreversível”, disse.
Dr. Fábio Baccheretti finalizou a entrevista destacando que a dengue não é a única ameaça que o Aedes Aegypti oferece às gestantes. “A gente fala muito de dengue, mas vale lembrar que esse mosquito também pode transmitir a Zika Vírus, que pode dar mal formação fetal, que é a microcefalia. Existem as ações de orientação, desde o pré-natal, e também a criação de protocolos e a definição de fluxo de pacientes, especialmente as gestantes de alto risco, para maternidades específicas”, disse.
No Brasil, apenas em 2024, cerca de 688 mil pessoas já foram tratadas como casos prováveis de Dengue até fevereiro.
Em caso de suspeita de dengue, a paciente gestante deve buscar ajuda médica imediatamente. Em orientação, a Associação de Ginecologia e Obstetrícia de São Paulo afirmou que gestantes precisam ficar em observação médica mesmo se a doença não parecer grave. Em caso de suspeita, busque um médico de confiança.
Band