Após mais de 24 horas de angústia e medo, em meio à crise de segurança pública no Equador, o brasileiro Thiago Allan Freitas, de 38 anos, que tem um restaurante brasileiro em Guayaquil, foi sequestrado. Os criminosos fizeram contato com familiares e pediram resgate.
Na noite desta quarta-feira (10), o alívio. Thiago Allan Freitas foi resgatado por policiais no Equador. O anúncio foi feito pela família e confirmado pelo Ministério das Relações Exteriores.
“Ele está bem, com os policiais, eles fizeram uma ligação de vídeo. Estava com medo de não ser verdade, mas estamos com a notícia de que ele está bem e salvo”, disse Eric Lorran Vieira, irmão do brasileiro, em áudio enviado à Band.
Em vídeo enviado pelo filho de Thiago, ele agradece as pessoas que ajudaram nas negociações e declarou que está ansioso pela volta do pai. “Aliviados, nunca se espera algo assim, a gente só vê na TV, mas aconteceu, infelizmente. Graças a Deus, ele está bem”.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que o Brasil continua acompanhando o caso e que vai dar assistência à vítima do sequestro e seus familiares.
Thiago Allan Freitas, de 38 anos, é natural de São Paulo e mora em Guayaquil, onde tem um empreendimento de churrasco brasileiro.
Entenda o caso
Thiago Allan Freitas, de 38 anos, segundo a família, foi sequestrado quando deixava a academia no início da tarde da última terça-feira (09). Pelo menos cinco pessoas teriam sido raptadas na mesma região durante o ataque, de acordo com informações da polícia equatoriana.
Os sequestradores entraram em contato com a família pedindo US$ 8 mil de resgate. Ao Bandnews TV, Eric Lorran Vieira, irmão do brasileiro, declarou que enviou cerca de US$ 500 (R$ 2.450 na cotação atual do real) para os bandidos.
Onda de violência no Equador
A onda de violência sem precedentes desencadeada por organizações criminosas no Equador deixou pelo menos dez pessoas mortas na terça-feira (9) e dezenas de pessoas presas. Antes de declarar o estado de emergência, Noboa havia anunciado a mobilização de milhares de agentes das forças de segurança para recapturar Adolfo Macias, conhecido como Fito, noticiado no último domingo, bem como a motins subsequentes nos presídios.
Macias é líder do Los Choneros, uma das facções criminosas mais temidas do país, e seria transferido para uma prisão de segurança máxima. Ele cumpria pena de 34 anos de prisão desde 2011 e é suspeito de ter tramado o assassinato no ano passado do candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio.
Também na terça, as autoridades anunciaram a fuga de outro narcotraficante, Fabricio Colón Pico, da facção Los Lobos, preso na sexta sob suspeita de participar de um sequestro e de tramar um plano para assassinar a chefe do Ministério Público.
O presidente do Equador, Daniel Noboa, editou na terça-feira um decreto declarando a existência de um conflito armado interno em nível nacional. A providência adotada pelo governo reconhece 22 facções criminosas como organizações terroristas e, com isso, prevê punições mais graves e medidas mais enérgicas contra elas. O decreto também prevê uma atuação das Forças Armadas em operações para neutralizar a ação das quadrilhas. A norma também estabelece um toque de recolher das 23h às 5h em todo o Equador.
Na segunda-feira, ele já havia decretado estado de exceção no país, medida que deve vigorar por 60 dias e permite o emprego de forças militares nas ruas e em prisões, bem como a imposição de toque de recolher.
Um desenvolvimento da crise de violência com forte impacto simbólico ocorreu na terça-feira, quando homens encapuzados e armados com fuzis e granadas invadiram uma transmissão ao vivo da emissora de TV TC em Guayaquil, obrigando funcionários do canal público a se deitarem no chão enquanto sons de tiros e gritos eram ouvidos no fundo. Imagens na internet mostravam membros da equipe da emissora se agachando no chão, enquanto os homens armados gesticulavam em direção à câmera e alguém gritava, ao fundo, “sem polícia”. O sinal da TC acabou sendo cortado.
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