Será que estou vivendo uma relação abusiva? Isso foi violência? Quais os sinais de alerta? E agora, o que eu faço? Como denunciar? Onde eu vou? E o que acontece depois? Esses são alguns questionamentos que permeiam a vida das mulheres, em especial daquelas que vivem em situação de violência doméstica e familiar. Pensando nisso, a Secretaria de Estado das Mulheres, da Juventude, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos lançou, neste mês de março, em alusão ao Dia Internacional da Mulher, a cartilha “Mulher, vire a página“.
Desenvolvida pela Assessoria de Comunicação da Semjidh, em parceria com a Assecom do Governo do Estado, a publicação tem o intuito de empoderar as mulheres e conscientizar a sociedade sobre a importância da denúncia. “A violência de gênero é, por si só, um fenômeno denso e complexo. Então, o nosso maior desafio era comunicar isso de uma forma simples, objetiva, mas também leve. Que despertasse a atenção das pessoas e ajudasse as mulheres a compreenderem o que estão vivendo”, explicou a assessora de Comunicação da Semjidh, Carla Cruz.
A cartilha apresenta os sinais, os tipos e de que forma a violência se manifesta no dia a dia. Nela, é possível ainda conhecer a rede de proteção à mulher no estado, os canais e caminhos da denúncia. “O Governo do Estado tem feito sua parte e investido na rede institucional, mas precisamos também fortalecer as redes comunitárias. Um vizinho, um amigo, um conhecido pode fazer a diferença. Porque a violência contra a mulher é da conta de toda a sociedade, e a história de que ‘em briga de marido e mulher não se mete a colher, ficou para trás’”, destaca a subsecretária de Políticas para as Mulheres, Wanessa Fialho.
Feminicídios
O número de feminicídios caiu pela metade nos últimos três anos no Rio Grande do Norte. Dados da Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (Coine), da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), apontam que, entre 2015 e 2017, nos três primeiros anos da gestão anterior do Governo do Estado, foram registrados 108 casos de feminicídio, contra 54 na atual gestão. Uma redução de 50%.
“Dados importantes, que são fundamentais para orientar a construção de políticas públicas, mas que são incapazes de resumir, na frieza dos números, a crueldade do que chamamos ‘feminicídio’. E é para que nenhuma mulher seja morta pelo simples fato de ser mulher, que trabalhamos incansavelmente. Empoderando para que rompam com o ciclo da violência, preparando o Poder Público para dar resolutividade às denúncias, protegendo e proporcionando novos horizontes para essas mulheres”, finalizou a secretária da Semjidh, Júlia Arruda.