Após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária no Brasil, no Rio Grande do Sul, o Rio Grande do Norte intensificou suas medidas de prevenção para manter a sanidade de seu plantel avícola. O estado, que nunca registrou casos da doença em sua avicultura comercial, está mobilizando equipes técnicas para ampliar a fiscalização e reforçar os protocolos de biosseguridade.
O Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN (Idiarn) anunciou que o Programa Estadual de Sanidade Avícola (PESA) está conduzindo ações de vigilância ativa em granjas e propriedades rurais, além de monitorar o trânsito de aves vivas, ovos férteis e produtos derivados.
“As equipes técnicas estão mobilizadas para orientar os produtores e fiscalizar o cumprimento das boas práticas de biosseguridade, como o uso de telas de proteção, controle de acesso, cuidados com ração e água, e higienização dos ambientes”, destacou o diretor-geral do Idiarn, Mario Manso.
Além das ações locais, o estado também atua em sincronia com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), acompanhando o cenário nacional. Segundo Renato Dias, diretor de Defesa Sanitária Animal, a vigilância inclui a coleta de amostras em áreas prioritárias, enviadas para análise em laboratórios federais localizados em Campinas (SP) e Recife (PE).
O Idiarn reforçou, ainda, a capacitação dos fiscais estaduais e agentes municipais, com o objetivo de garantir uma resposta ágil diante de qualquer suspeita de gripe aviária. O protocolo inclui notificação obrigatória através do e-Sisbravet, plataforma oficial de emergências veterinárias do governo federal.
“Seguimos atentos, com foco na prevenção, vigilância e pronta resposta, reafirmando nosso compromisso com a segurança sanitária do estado”, concluiu Manso.
Outro ponto de atenção é o esclarecimento ao consumidor: a doença não é transmitida pelo consumo de carne ou ovos devidamente cozidos e inspecionados, não representando risco à saúde pública.
Impacto Econômico Deve Ser Limitado, Afirma Ministro
Em entrevista coletiva, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, minimizou os efeitos econômicos dos focos detectados no Sul do país. Apesar da suspensão de exportações para mais de dez países, o governo não prevê grandes alterações no preço do frango no mercado interno.
“Acredito muito mais em pequenas variações. Pode haver um excesso de oferta temporário, mas com redirecionamento das cargas, esperamos estabilidade nos preços”, afirmou o ministro.
Maior exportador mundial de carne de frango, o Brasil vendeu 5,2 milhões de toneladas do produto em 2024 para 151 países, movimentando US$ 9,9 bilhões em receitas, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Mais de 35% da produção nacional é exportada, com destaque para os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que concentram 78% das remessas. Entre os principais destinos estão China, Japão, Arábia Saudita, União Europeia e Coreia do Sul.
O ministro também destacou que, com 70% da produção direcionada ao mercado interno, o impacto das suspensões internacionais tende a ser mitigado. A retomada das exportações, segundo ele, dependerá de um ciclo de 28 dias sem novos casos e posterior autodeclaração à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
População Deve Ficar Atenta
Diante do cenário, o Idiarn reforça que qualquer suspeita de contaminação em aves deve ser comunicada imediatamente ao órgão ou registrada diretamente no sistema e-Sisbravet.