De acordo com o boletim epidemiológico mais recente da Covid-19 no Rio Grande do Norte, 69,6% dos óbitos pela doença ocorreram em pessoas com 60 anos ou mais. O dado foi destacado na coletiva de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) desta quarta-feira (30), e chama atenção para o cuidado com a saúde da pessoa idosa, que tem o dia 1º de outubro instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional do Idoso.
De acordo com o professor Kênio Costa Lima, do Instituto Envelhecer/UFRN, na maioria dos estados do Nordeste o índice de óbitos em idosos chega aos 70%, e no Maranhão a taxa é de quase 80%. “Precisamos refletir sobre a perda da autonomia e da independência que a população idosa está sofrendo com a pandemia. Temos que voltar as atenções para a manutenção da condição de saúde dos idosos e evitar o preconceito. Ninguém precisa morrer apenas por causa da idade”. O professor também destacou a importância da atenção primária em saúde no acompanhamento da população idosa, segundo ele “essencial para controlar as doenças crônicas, para que não haja agravamento dos casos, evitando óbitos”.
Nesta quarta-feira (30), foram 69.433 casos confirmados para Covid-19, 36.318 suspeitos e 143.424 descartados. Até o momento foram registrados 2.393 óbitos, sendo três nas últimas 24 horas, outros 6 óbitos em semanas ou meses anteriores e um total de 319 óbitos ainda estão em investigação.
“Tivemos de ontem para hoje um acréscimo de 420 novos casos confirmados da doença, que podem se referir a dias ou até meses anteriores, mas precisamos avaliar. Essa elevação merece o nosso acompanhamento, atenção e cuidado. Por isso, nossas atitudes devem proteger também quem amamos, principalmente os idosos que tem maior vulnerabilidade frente à Covid. Temos que respeitar as regras e estarmos vigilantes na proteção e defesa da vida”, disse o secretário estadual de saúde, Cipriano Maia.
A taxa de ocupação de leitos está em 41%. Até o final da manhã desta quarta (30), 238 pessoas estavam internadas em leitos críticos e clínicos em unidades de saúde públicas e privadas do estado.
Por região de saúde, a ocupação de leitos está em 36% na região Metropolitana, 51% no Oeste, 40% no Alto Oeste, 45% na região do Seridó, Trairi/Potengi com 36%, Mato Grande com 50% e Agreste sem pacientes internados em leitos de UTI.
O índice R(t) – que determina o potencial de propagação do vírus – está em 0,78 para o RN como um todo. Entretanto, quase todas as regiões apresentam índice acima de 1, o que significa que cada pessoa infectada transmite a doença para pelo menos uma ou mais pessoas: Mato Grande (1,31), Trairi/Potengi (1,15), Região Metropolitana (1,07), Vale do Açu (1,02), Seridó (1,02) e Oeste (1,00). Os índices de transmissibilidade para as demais regiões são: Agreste (0,86) e Alto Oeste (0,92). Os dados são do Laboratório de Inovação Tecnológica (LAIS) da UFRN.
RN + Saudável
Através de atividades integradas com municípios e instituições o Projeto RN + Saudável vem desenvolvendo durante a pandemia ações – como o “Feiras Livres sem Covid” – visando reforçar as medidas de biossegurança, promovendo ambientes seguros e sustentáveis.
A coordenadora de ações estratégicas e regionais da Sesap, Teresa Freire, informou que dentro do eixo 2, de Hábitos Saudáveis, o projeto RN + Saudável irá atuar durante o mês de outubro junto às populações de maior vulnerabilidade, como os idosos. Em parceria com a UFRN/Fapern será lançado um questionário para um diagnóstico da condição geral de saúde da população do RN.
O professor do departamento de artes da UFRN e colaborador do RN + Saudável, Leônidas Oliveira, explicou que na próxima quarta-feira (7) será feita uma estratégia de suplementação alimentar em instituições de longa permanência e também a aplicação do questionário. “Queremos escutar a população de maior vulnerabilidade e pensar projetos e estratégias que venham a mudar o panorama e melhorar o quadro de saúde da população