Há pouco mais de um mês, no final do inverno europeu, o jornalista Fernando Mattar passou alguns dias frios em Lisboa. O objetivo da viagem era entender melhor uma história fundamental e pouco conhecida pela maioria dos brasileiros, a Revolução dos Cravos.
Ele conta que, antes de mergulhar nas pesquisas para a viagem, não fazia ideia de quase nada do que tinha acontecido no dia 25 de abril de 1974. Agora, no momento em que se comemora os 50 anos do episódio, sabe que é também a celebração de meio século de democracia ininterrupta em Portugal.
O golpe militar do 25 de abril marcou o fim da mais longeva ditatura da Europa ocidental, o soturno regime salazarista que dominava o país havia 48 anos. Nesta semana, uma série especial de reportagens no Jornal da Band e um documentário de 40 minutos vão mostrar alguns dos principais fatos de um dia que mudou para sempre a história de um país e repercutiu em todo o mundo.
Um dia tenso, com tanques e tropas nas ruas de Lisboa e de várias cidades portuguesas, mas também – ao final – um dia cheio de poesia, alívio e música.
Vamos conhecer a história dos cravos que foram parar na ponta das espingardas e batizaram o movimento, a história da canção que homenageava uma pequena cidade agrícola no Alentejo e se transformou num dos símbolos da revolução. Vamos ouvir o relato do capitão encarregado de ordenar os únicos tiros disparados pelos militares naquela quinta-feira.
Vamos ver o papel fundamental da rádio, tanto para difundir as senhas e declarações dos militares rebeldes quanto para informar a população sobre o que se passava na capital.
Um passeio turístico por alguns dos principais cartões postais de Lisboa vai mostrar o trajeto das tropas no 25 de abril, passando pela Praça do Comércio, pelas ruas da baixa lisboeta, pelo Rossio, pelo Chiado e pelo Largo do Carmo, local onde se deu o desfecho do golpe, com a rendição de Marcelo Caetano, o líder do governo que passou horas refugiado num quartel.
A história da revolução pacífica que acelerou o fim de guerras sangrentas na África e tingiu com cores de esperança e liberdade um país encoberto por tristes sombras.
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