Os juros do rotativo do cartão de crédito tiram o sono de muita gente. Tanto, que entre os brasileiros inadimplentes, 55% têm dívidas no rotativo, o maior número desde 2020. As taxas de juros podem chegar a 450% por ano, transformando a dívida em uma bola de neve. Mas isso deve mudar em 2024.
A partir de três de janeiro, a realidade será outra: as operadoras de crédito poderão cobrar no máximo 100% de juros ao ano de quem não pagar o total da fatura. Isso significa que o restante não poderá exceder o valor original da dívida.
Um alívio para muita gente como a Maria Regina, que não conseguiu quitar o valor total do cartão que passava de R$ 1 mil. Ela conseguiu pagar apenas R$ 400 e se complicou. “Fiz até empréstimo no cartão”, relembra.
Para o economista André Perfeito, os juros do rotativo ‘queima consumidores’. “Os consumidores acabam caindo nessa situação e eles não conseguem mais sair. E, não saindo, não tem consumo, não consumindo, não tem produção e por aí vai”, explica.
A federação dos bancos, a Febraban, afirma que o teto estipulado pelo conselho monetário não soluciona o endividamento das famílias. Além disso, informa que quem precisa mais do crédito será prejudicado, junto do comércio.
“Determinar uma taxa de juros é como se fosse um tabelamento de preços. Agora, o que vai determinar de fato essa dinâmica tem a ver com as condições de mercado. Porque se, de repente, para o banco não for interessante emprestar uma taxa desse patamar para um cliente que já está numa situação muito difícil, o crédito vai secar”, explica André Perfeito.
Band