O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, chegou a Mossoró, no Rio Grande do Norte, na manhã deste domingo (18), para acompanhar as investigações sobre a fuga de dois detentos da penitenciária federal de segurança máxima.
Lewandowski deve se reunir com os chefes das equipes que estão à frente das buscas dos fugitivos. As agendas serão acompanhadas pelo titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), André Garcia, que está na cidade desde a fuga, em 14 de fevereiro.
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A fuga dos detentos Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento é a primeira registrada no sistema penitenciário federal, coordenado pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Em entrevista na quinta-feira (15), o ministro afirmou que a prioridade, neste momento, é a recaptura dos dois fugitivos.
Cerca de 300 agentes estão mobilizados na ação para recapturar os detentos – da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e forças estaduais –, além do alerta vermelho da Interpol. Também há três helicópteros e drones atuando na busca.
Ao mesmo tempo, há duas investigações em curso. Uma delas, de caráter administrativo, para apurar as responsabilidades da fuga e que podem levar a um processo administrativo. Ela está sob a liderança do titular da Senappen, André Garcia. Também há um inquérito no âmbito da Polícia Federal para apurar eventuais responsabilidades de natureza criminal das pessoas que, eventualmente, facilitaram a fuga dos dois detentos da penitenciária.
Foragidos fazem reféns na zona rural
Os dois presos que fugiram do presídio de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, invadiram uma casa na zona rural da região na noite desta sexta-feira (16) e fizeram uma família refém. O imóvel está localizado há três quilômetros da penitenciária federal.
Os criminosos chegaram na casa, na comunidade de Riacho Grande, por volta das 20h, pediram comida e acesso às redes sociais. Eles ficaram no local até o início da madrugada deste sábado (17).
Os foragidos roubaram celulares e carregadores, além de alimentos, e levaram em uma sacola plástica. Segundo os moradores, eles não estavam usando mochila.
Não houve violência contra os reféns. Segundo a Senappen, os dois fugitivos estavam juntos e buscaram obter dados sobre o local onde se encontravam e mostraram estar desorientados – o que faz com que as equipes de buscas acreditem que a recaptura esteja próxima.
Segundo relato da família que reside no local, eles estavam vestindo roupas bem sujas. Um deles estaria usando parte do uniforme da penitenciária.
Conforme relato da família, eles estavam sujos e pareciam desnorteados. Um dos detentos usava ainda a parte do uniforme do presídio. A casa está localizada no perímetro que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que acreditava que os fugitivos pudessem estar.
Autoridades de segurança entraram no quarto dia de buscas pelos fugitivos. Cerca de 300 agentes, sendo 100 da Polícia Federal, 100 da Polícia Rodoviária Federal e 100 agentes das forças policiais locais, atuam desde quarta-feira (14) na busca por dois presos que escaparam da penitenciária federal.
Quem são os fugitivos?
Os dois presos são Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, conhecido como “Tatu” ou “Deisinho”, de 33 anos. Ambos possuem ligações com a facção criminosa Comando Vermelho, à qual pertence o traficante Fernandinho Beira-Mar, que também está preso na penitenciária de Mossoró.
Os dois fugitivos naturais do Acre foram transferidos para Mossoró em 27 de setembro de 2023, após participar de uma rebelião no presídio de Antônio Amaro, em Rio Branco. A revolta terminou com a morte de cinco presos, três deles decapitados.
Mendonça responde a mais de 50 processos, incluindo acusações de homicídio e roubo, e está condenado a um total de 74 anos de prisão. Deibson Cabral Nascimento protagoniza mais de 30 processos por tráfico de drogas, organização criminosa e roubo, entre outros delitos, estando condenado a 81 anos de prisão.
Ações do Ministério da Justiça
Após a fuga de dois presos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) na madrugada desta quarta-feira (14), o Ministério da Justiça e Segurança Pública irá modernizar o sistema de videomonitoramento dos cinco presídios federais e aperfeiçoar o sistema de controle de acesso, inclusive com reconhecimento facial de todos que ingressam nas unidades prisionais. As medidas foram anunciadas pelo ministro Ricardo Lewandowski nesta quinta-feira (15).
Também serão ampliados os sistemas de alarmes e sensores de presença nas unidades prisionais federais. O governo pretende ainda viabilizar, por meio do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), a construção de muralhas em todos os presídios federais, a exemplo do que foi feito no presídio do Distrito Federal.
Outra medida anunciada pelo ministro é a requisição para a nomeação de 80 policiais penais federais aprovados em concurso público para reforçar o sistema prisional federal. Parte do contingente será deslocado para Mossoró.
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