Em meio ao impasse entre as alas política e econômica do governo, o presidente Lula avalia se vai manter ou encerrar a desoneração do PIS e da Cofins que incidem sobre a gasolina e o álcool, o que pode fazer com que a gasolina e o etanol fiquem mais caros nos postos de abastecimento.
A validade da medida provisória editada pelo governo no início do ano que suspendia a cobrança dos impostos federais sobre combustíveis termina nesta terça-feira (28). A ala política quer que a medida seja prorrogada. Já a ala econômica entende que, diante do impacto nas contas públicas, a cobrança dos impostos deve voltar integralmente.
Se prorrogar a medida, terá uma perda de arrecadação de cerca de R$ 3 bilhões por mês. Se voltar a cobrar os impostos, a elevação dos preços nas bombas pode causar um efeito dominó, aumento a inflação.
Sem a isenção, a gasolina pode ter um aumento de 69 centavos por litro e o etanol, em torno de 24 centavos. Na queda de braço, a ala política quer manter a desoneração por mais tempo.
Esse grupo defende que, antes de retomar a cobrança, é preciso definir uma nova política de preços da Petrobras, mudança que depende do conselho da estatal. Já a equipe econômica estuda um meio-termo: o governo abriria mão de cerca de 30% dos impostos sobre a gasolina e 70% sobre o etanol.
A alternativa da reoneração parcial foi discutida em reunião, na sexta-feira (24), entre a Casa Civil, a Petrobras e os ministérios da Fazenda e de Minas e Energia. Na segunda-feira (27), o presidente Lula tem um novo encontro para tratar do tema com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, da Casa Civil, Rui Costa, e com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Se Lula aprovar a solução, uma nova MP com as mudanças na cobrança dos impostos deve ser assinada pelo governo.
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