Questões comportamentais foram responsáveis por 50% das demissões no Brasil em 2024, segundo dados do 6º Observatório de Carreiras e Mercado, conduzido pelo PUCPR Carreiras, setor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. A pesquisa ouviu mais de 7 mil pessoas, entre estudantes, ex-alunos e representantes de empresas da área de recrutamento.
Na sequência dos principais motivos de desligamentos aparecem a automação de processos (25%) e a redução de custos e cortes de despesas (25%).
Para a coordenadora do PUCPR Carreiras, Luciana Mariano, o resultado revela uma tendência clara: as empresas valorizam não apenas a competência técnica, mas a capacidade de convivência e colaboração.
“Um único indivíduo com atitudes negativas pode comprometer toda a equipe, surgem conflitos, a produtividade cai e talentos são perdidos”, destacou.
Luciana reforça que o diferencial profissional atualmente está na combinação entre habilidades técnicas e inteligência emocional, o que envolve empatia, respeito, responsabilidade e autoconhecimento.
“Mais do que dominar ferramentas ou processos, é preciso desenvolver inteligência emocional, empatia, respeito e responsabilidade nas relações”, avalia.
Habilidades mais valorizadas
O estudo também indicou que, em 2023, as competências mais valorizadas pelas empresas foram:
- Comunicação oral (11,46%)
- Planejamento (10,73%)
- Solução de problemas (10,18%)
- Gestão de conflitos (7,51%)
- Comunicação escrita (7,42%)
Em comparação com 2021, quando o foco era mais voltado ao impacto direto da pandemia, houve uma mudança de prioridade: na época, solução de problemas liderava com 12,58%, demonstrando a adaptação do mercado à nova realidade.
Atualização constante como diferencial
Outro dado relevante do levantamento mostra que 76% dos participantes estão investindo em novos conhecimentos, evidenciando uma postura proativa diante das exigências do mercado. Além disso, 16,32% das empresas entrevistadas afirmam priorizar candidatos que demonstram interesse em se atualizar.
Luciana ressalta que, diante de um cenário em constante transformação, a atualização contínua é essencial.
“Aqueles que mantêm o aprendizado constante conseguem se adaptar às mudanças, identificar oportunidades e compartilhar conhecimento. Isso impacta não apenas na carreira individual, mas no desempenho das organizações”, conclui.
Com informações da Agência Brasil.