A área de falésias onde ocorreu o trágico acidente desta terça-feira 17 na praia da Pipa, que terminou com a morte de Hugo Mendes Pereira, 32 anos, Stela Silva de Souza, 33 anos, e o filho deles, o bebê de 7 meses Sol Souza, já apresentava risco de desabamento há dois anos. Os três morreram após uma parte da estrutura desmoronar. O Ministério Público Federal (MPF) vai investigar o caso. A praia fica em Tibau do Sul, no litoral Sul potiguar, é um dos mais belos cartões-postais do estado.
Em junho de 2018, após uma ação do Ministério Público Federal (MPF) e da Procuradoria Geral do Estado (PGE), a obra do “cais da Pipa” — empreendimento tocado pela Prefeitura de Tibau do Sul — foi embargada judicialmente. A alegação dos órgãos de controle era de que o empreendimento apresentava “gravíssima situação de risco ambiental e de segurança pública”.
O temor dos procuradores era de que a obra — orçada em R$ 483.758,25, com recursos do Ministério do Turismo — pudesse gerar danos irreversíveis ao meio ambiente, bem como causar possíveis deslizamentos de terra, tal qual o que matou três pessoas nesta segunda.
“Quando o município começou a construção do chamado “cais da pipa”, que compreendia uma estrutura paralela a falésia, bem no seu sopé, com um píer para as embarcações turísticas, a falésia começou a desmoronar e os trabalhadores pararam a obra assustados. O Idema [Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte] embargou a obra atendendo recomendação da Procuradoria Geral do Estado. Posteriormente, eu emiti parecer pela anulação da licença ambiental, impedindo assim o município de seguir com a absurda construção”, disse a procuradora Marjorie Madruga, em entrevista ao Agora RN.
A área de falésias faz parte da Área de Preservação Permanentes (APP) da praia de Pipa. Desta forma, todo o espaço deve ser protegido para preservar a paisagem, os recursos hídricos, a biodiversidade, a fauna e a flora, proteger o solo, a estabilidade geológica e assegurar o bem estar das populações.
* Com informações do Agora RN