Erika de Souza Vieira Nunes declarou em depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro que “não sabia” que Paulo Roberto Braga, de 68 anos, estava morto quando levou o homem de cadeira de rodas a uma agência bancária de Bangu, na Zona Oeste da capital fluminense, para sacar um empréstimo no valor de R$ 17 mil.
Segundo o delegado do caso, Fábio Luís Souza, em entrevista ao Bora Brasil, a mulher disse que o homem tinha um empréstimo aprovado em seu nome e pediu para que fosse levado até a agência bancária para efetuar o saque do dinheiro.
“Ela afirmou que esse empréstimo já existia, o homem fez esse empréstimo no dia 25 de março e, ontem, ele pediu a ela para levá-lo até o banco porque ele precisava tirar esse dinheiro. Ela foi a pedido dele até a agência bancária, chegando lá ela não sabia que ele estava em óbito e tentou sacar”, declarou Fábio Luís Souza.
“Só que o pessoal do banco chamou o SAMU porque viu que ele estava mal. Quando chegaram, constataram que estava morto”, completou o delegado.
Fábio Luís Souza afirmou que a Polícia Civil ainda vai apurar, mas acredita que a mulher sabia que o homem estava morto porque o corpo apresentava “livores cadavéricos”.
“Se há outra pessoa, a gente ainda vai apurar. Mas que ela já sabia que ele já estava morto, a gente acredita que sim porque ele apresentava livores cadavéricos, que é algo que aparece após, no mínimo, duas horas depois do óbito. Além disso, no vídeo, é visível para qualquer pessoa que ele estava morto”, afirmou.
Trabalho de perícia
O delegado reforçou que o Instituto Médico Legal (IML) está examinando o corpo para determinar há quanto tempo o homem estava morto. “Mas como eu disse: há livores cadavéricos. Isso é uma questão objetiva. O livor cadavérico precisa de um tempo para se formar e esse tempo é o mínimo de duas horas”.
“Não há dúvidas que ele estava morto há pelo menos duas horas do momento que ele foi atendido pelo médico do SAMU”.
Prisão em flagrante
Erika de Souza Vieira Nunes foi presa nesta terça-feira (16) após levar um homem morto ao banco para tentar pegar um empréstimo no nome dele. A cena do cadáver na cadeira de rodas foi gravada por uma funcionária da agência bancária.
Em poucos minutos, a gerente chamou a polícia e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi até o local. Ficou constatado que o homem, identificado como Paulo Roberto Braga, de 68 anos, tinha morrido há poucas horas. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para ser periciado.
Segundo a Polícia Militar, Erika de Souza Vieira Nunes alegou que era sobrinha de Paulo Roberto Braga e que ele queria realizar um empréstimo no valor de R$ 17 mil. Ela foi presa em flagrante e vai responder por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver.
A instituição também solicitou imagens das câmeras de segurança internas e externas do banco para entender a dinâmica dos fatos. O corpo do idoso será examinado no Instituto Médico Legal (IML) para apurar as circunstâncias da morte.
Como foi a conversa com o cadáver na agência bancária
- “Eu não posso assinar pelo senhor. Tem que ser o senhor. O que eu posso fazer, eu faço. Tipo igual a um documento”, diz a mulher no vídeo, tentando sustentar o pescoço do idoso.
- “O senhor segura forte a cadeira aí. Ele não segurou ali a porta?”, questiona às atendentes do banco, que respondem que não viram.
- “Assina para não me dar mais dor de cabeça, eu não aguento mais”, acrescenta.
- “Tio, tá ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, o que eu posso fazer eu faço.”
- As funcionárias do banco estranham a situação e uma delas comenta sobre a coloração da pele do homem. “Ele não está bem, não. A corzinha não tá ficando”.
- “Ele é assim mesmo”, responde Erika.
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