Uma fábrica de mosquitos geneticamente modificados foi inaugurada nesta quinta-feira (16) em Natal, no bairro Felipe Camarão, Zona Oeste da capital. A iniciativa é uma parceria entre as secretarias de Saúde de Natal e do Rio Grande do Norte com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e promete reforçar a luta contra arboviroses como dengue, zika e chikungunya.
Os insetos, conhecidos como wolbitos, fazem parte do método Wolbachia, tecnologia desenvolvida na Austrália em 2011 e que chegou ao Brasil no ano seguinte. Os mosquitos carregam uma bactéria que impede a multiplicação dos vírus dentro do próprio organismo. Assim, quando se reproduzem com os mosquitos locais, transmitem essa característica às novas gerações, reduzindo naturalmente a circulação das doenças.
O processo de criação é realizado sob condições controladas. Os ovos são cultivados em recipientes com água até eclodirem, passando por monitoramento de temperatura, iluminação e alimentação. Quando atingem a fase adulta, os mosquitos são separados e preparados para soltura.
Em Natal, as liberações vão ocorrer ao longo de 20 semanas em 33 bairros, escolhidos por apresentarem os maiores índices de arboviroses. Experiências semelhantes já mostraram resultados positivos em cidades como Niterói e Rio de Janeiro, com significativa queda na transmissão das doenças.
Segundo as autoridades de saúde, os wolbitos não oferecem riscos ao meio ambiente nem à população. Pelo contrário, eles não transmitem doenças, apenas atuam como aliados no combate aos vírus.