Uma nova vacina contra a dengue começou a ser aplicada nesta semana na rede privada no Brasil. A Qdenga (TAK-003), do laboratório japonês Takeda Pharma, é a segunda vacina contra a doença a receber registro no país, mas é a primeira que também poderá ser aplicada em pessoas nunca antes infectadas pelo vírus da dengue.
O Ministério da Saúde ainda não definiu se o imunizante será disponibilizado no SUS (Sistema Único de Saúde). A seguir, tire dúvidas sobre a Qdenga:
1. Quem pode tomar?
- Pessoas de 4 a 60 anos de idade
- Indivíduos que já tiveram dengue
- Pessoas que nunca tiveram dengue
O imunizante é aplicado num esquema de duas doses com intervalo de três meses entre as aplicações.
2. Qual é a vantagem da nova vacina?
Até então, a única vacina contra a dengue disponível no país era recomendada somente para quem já contraiu algum sorotipo da doença. Isso porque o objetivo da Dengyaxia, do laboratório Sanofi Pasteur, é proteger contra uma possível segunda infecção.
Além de atingir um público maior, a nova vacina descarta a necessidade de teste para saber se a pessoa já teve dengue ou não, o que é vantajoso. Isso porque o acesso ao exame é difícil, geralmente disponível apenas em rede particular. E se o teste for feito, o resultado pode não ser 100% confiável, principalmente se a infecção ocorreu há muitos anos.
3. Quanto vai custar?
O valor de cada dose deverá ficar entre R$ 301,27 e R$ 402,05, de acordo com preço tabelado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Os preços máximos foram definidos pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) e variam de acordo com a carga tributária de cada estado. Em São Paulo, por exemplo, o preço máximo que as clínicas poderão cobrar do consumidor será de R$ 379,40 a dose.
Segundo nota da ABCAVC, a precificação final também inclui o serviço prestado na clínica, como atendimento, triagem, análise da caderneta de vacinação, orientações pré e pós-vacina, entre outros.
4. Como funciona a vacina?
A vacina da Takeda é composta de versões atenuadas dos quatro diferentes sorotipos do vírus causador da dengue. Ou seja, nela estão vírus vivos enfraquecidos. Depois da aplicação, o sistema imunológico identifica esses sorotipos atenuados como estranhos e começa a produção de anticorpos contra eles. Quando a pessoa for exposta ao vírus, o sistema imunológico vai reconhecê-lo e pode produzir mais anticorpos para neutralizar o agente infeccioso antes que ele cause a dengue.
A vacina deve ser administrada por via subcutânea, em duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações.
5. Qual a eficácia da vacina?
A vacina protege contra os quatro sorotipos diferentes do vírus causador da dengue. Nos estudos clínicos, o imunizante demonstrou ter uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo 12 meses após a segunda dose.
Além disso, a eficácia contra as formas doença que requerem hospitalização foi de 90%.
As taxas foram calculadas a partir de estudos realizados com mais de 28 mil adultos e crianças, incluindo um estudo que acompanhou os participantes por quase 5 anos (4,5 anos). Segundo a fabricante, após esse período, a eficácia contra as formas que requerem hospitalização se manteve alta: 84,1%.
6. Vai chegar ao SUS?
Ainda não há prazo para que a Qdenga seja disponibilizada na rede pública de saúde. A liberação depende da aprovação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), órgão que assessora o Ministério da Saúde na tomada de decisões desse tipo.
O Ministério da Saúde ainda não definiu se a vacina será disponibilizada no sistema público de saúde. A liberação depende da avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sus, o Conitec, órgão que assessora a pasta na tomada de decisões desse tipo. O processo costuma levar ao menos seis meses.
7. A nova vacina contra a dengue tem efeitos colaterais?
Os efeitos colaterais relacionados ao novo imunizante são comumente percebidos em outras vacinas, como:
- Dor e vermelhidão no local da aplicação
- Dor de cabeça e muscular
- Mal-estar geral e fraqueza
- Febre
Em 2022, a Qdenga também foi aprovada pela agência sanitária europeia, a EMA, que ressaltou que os efeitos colaterais são de gravidade leve a moderada e desaparecem em poucos dias. Eles costumam ocorrer com maior frequência depois da aplicação da primeira dose.
Viva Bem Uol