O ovo virou o assunto da vez nos Estados Unidos na semana passada. Por lá, uma dúzia está custando mais de R$ 60 (em torno de US$ 12) e a alta tem a ver com o surto de gripe aviária (H5N1) que atingiu as granjas americanas e levou o sacrifício de milhares de galinhas. Mas, aqui no Brasil, o preço do ovo, que estava mais baixo desde o ano passado, também subiu. Entenda por que o preço do ovo aumentou no Brasil.
A alta nos preços dos ovos no Brasil deve-se, à baixa oferta no mercado em janeiro, a demanda em alta, já que com o preço da carne mais alta, os consumidores optam pelo ovo, o aumento dos custos de produção e alta nas exportações. Os ovos alcançaram os maiores preços dos últimos meses na semana passada, e a dúzia já pode ser encontrada nos supermercados a R$ 20,99, um aumento de 35% em relação ao fim do ano.
No ano passado, o preço médio dos ovos chegou a cair 30% entre os meses de março e setembro. Isso aconteceu porque houve um aumento no número de galinhas poedeiras, nas granjas nos principais polos de produção de ovos, e consequentemente, na oferta. Dados do IBGE apontaram que o número de galinhas aumentou 1,4% entre junho e setembro e o de ovos, 3%.
Agora em janeiro, o calor intenso fez a produção cair (aves são muito sensíveis a altas temperaturas e isso afeta a produção), as exportações de ovos aumentaram, chegando a 2,3 mil toneladas, e os custos de produção também, com elevação de 30% no preço do milho e de mais de 100% nos custos de insumos de embalagens Estes fatores elevaram os preços dos ovos.
De acordo com especialistas, temperaturas acima de 28ºC já afetam a produção de ovos devido ao estresse térmico das galinhas. Em regiões como Bastos (SP), um dos maiores produtores de ovos, desde dezembro, as temperaturas estão em torno de 33ºC a 36ºC.
Só os Estados Unidos aumentaram a compra de ovos em 33% no último mês devido ao problema com a gripe aviária. Os americanos importaram 220 toneladas de ovos do Brasil.
Outra novidade no setor é que, a partir de março, ovos vendidos avulsos terão, obrigatoriamente, que ter na casca informações impressas como a data de validade e registro do produtor. Essa medida, porém, não deve impactar mais os preços.
O preço elevados dos ovos deve continuar em alta até o fim da Quaresma, que tradicionalmente é um período em que a demanda por ovos aumenta mais no Brasil, já que o consumo é restrito por católicos.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) esclarece que a alta registrada no preço dos ovos é uma situação sazonal, comum neste período do ano (pré e durante a Quaresma) e que, após longo período com preços em baixa, a comercialização de ovos aqueceu por uma demanda natural da época, quando há substituição de consumo de carnes vermelhas por proteínas brancas e por ovos.
Conforma a ABPA, os produtores esperam que o mercado deverá se normalizar até o final do período da quaresma, com o restabelecimento dos patamares de consumo das diversas proteínas.
A ABPA ressalta que as exportações de ovos têm efeito praticamente nulo sobre a oferta interna, já que representam menos de 1% das 59 bilhões de unidades que deverão ser produzidas este ano, o que deve gerar um consumo per capita de 272 unidades anuais – mais de 40 unidades acima da média mundial de consumo.
Outros alimentos, como hortaliças, legumas e frutas da estação, por exemplo também podem ter o preço afetado nas próximas semanas, devido à onda de calor. Itens como abobrinha, pepino e tomate, já foram considerados, em janeiro, os maiores responsaveis pelas altas nos preços dos alimentos.
Fonte: band.uol.com.br