Apermissão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para que a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) compre da Índia 2 milhões de doses prontas da vacina produzida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca pode antecipar o calendário de vacinação no país. A afirmação é do pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Júlio Croda.
A Fiocruz anunciou neste domingo (3) que vai adquirir as doses do instituto indiano Serum. A compra em caráter excepcional (já que o imunizante ainda não foi aprovado para aplicação no Brasil) foi aprovada no sábado (2) pela Anvisa.
“Agora estamos vendo uma movimentação do governo com a compra das doses da Índia. Já existe uma proposta de antecipar aquele calendário que tínhamos falado de final de janeiro e início de fevereiro. Acredito que o governo federal quer responder de certa forma o governo paulista, que está prometendo vacinar [com a CoronaVac] a partir de 25 de janeiro. No final é bom para a população. As duas vacinas são similares em termos de eficácia e prevenção de casos graves. A população só quer que a vacina chegue e comece a ser aplicada. Não sabemos qual será ainda, CoronaVac, Oxford, mas queremos vacina. Acho que agora existe esse movimento do governo para ofertar em um tempo mais curto”, explicou o pesquisador.
“Temos que vacinar o maior número de pessoas o mais breve possível para prevenir a circulação do vírus. Se demora demais, as pessoas vacinadas estão protegidas a determinada variante, mas o vírus segue circulando e pode ter novas mutações, impactando na eficácia da vacina. Quanto mais rápido, maior a garantia de que não haverá o surgimento de novas cepas mutantes com tanta intensidade.”
A ideia é que as doses importadas começassem a ser aplicadas aos grupos prioritários até que a fundação tenha a capacidade de produzir o restante das vacinas por aqui.
O primeiro lote deve chegar da Índia ao país entre 8 e 12 de fevereiro. A Fiocruz já divulgou que, além do pedido para uso emergencial, que pode ser feito em breve, pretende entrar com pedido de registro definitivo até o dia 15 de janeiro.
Os resultados finais da fase 3 ainda não foram divulgados, mas, segundo estudo publicado na revista “Lancet”, a vacina Oxford/AstraZeneca tem eficácia entre 62% e 90% a depender da dosagem. Além disso, ela é considerada mais vantajosa por ser mais barata e mais fácil de ser distribuída. Enquanto o imunizante da Pfizer/BioNTech precisa ser armazenado a -70°C, por exemplo, o da Oxford pode ser guardado em geladeiras comuns entre 2°C e 8°C.
Fonte: Blog do Datena