Quando o verão se aproxima é comum sentirmos menos disposição para as refeições, optando, sempre que possível, por alimentos mais leves e frescos. Em contrapartida, durante o inverno a sensação é de se estar sempre com fome, beliscando uma coisinha aqui e outra ali. Mas, afinal: nossa fome está associada às estações do ano?
É resposta é sim! E a nutricionista Thaisa Leal explica que essas sensações acontecem por causa do instinto de sobrevivência. “Todos os dias nosso corpo está trabalhando para manter a temperatura ideal. Quando o ambiente está mais frio, a tendência é que o corpo esfrie. Quando o tempo está mais quente, o corpo aquece”, exemplifica. Com isso, a especialista explica que, durante o inverno, para manter a temperatura corpórea ideal, nosso organismo necessita trabalhar mais para ser aquecido, o que o faz gastar mais energia.
“O coração vai bombear mais sangue, o pulmão vai funcionar mais, haverá maior circulação para aquecer as extremidades. Por isso que no inverno sentimos mais frio nos pés, mãos, orelhas e nariz, pois ficam com menor circulação”, explica.
A maior fome no inverno é uma resposta do nosso organismo à temperatura corporal baixa. Já no verão, a necessidade de alimentação diminui pelo mesmo motivo, fazendo com que tenhamos vontade de alimentos mais leves, justamente para sobrecarregar menos o nosso organismo e, assim, fazer com que ele trabalhe menos durante a digestão, aquecendo menos o corpo.
O inverno não pode justificar a gula
Apesar de tudo isso, a nutricionista ressalta que os dias frios não podem ser justificativa para o consumo excessivo de calorias. “Os homens gastam mais energia que as mulheres, que possuem taxa metabólica basal [índice que calcula a quantidade calórica que o corpo necessita ]maior. Ou seja, parados [os homens] gastam mais que as mulheres. Assim, durante o inverno, eles podem aumentar o gasto calórico em até 200 calorias por dia por causa do frio – o que equivale a cerca de 170 g de arroz a mais ou 4 pães de forma a mais”, exemplifica Thaisa.
Entretanto, Thaisa Leal diz que o frio está associado, para muitos, ao aumento da fome emocional, pois as pessoas tendem a ficar mais em casa e, por isso, mais melancólicas. “Em países mais frios, a taxa de depressão e suicídio acaba sendo maior, de fato, o que exemplifica um pouco disso”, complementa. Assim, ela justifica que a melancolia e o tédio podem gerar maior vontade de comer, e não fome, sendo preciso distinguir ambas para evitar consumo calórico em excesso.
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