Os problemas financeiros são os que mais afetam a saúde mental da população brasileira. Segundo o último relatório do Instituto Cactus, nove em cada 10 pessoas se declaram preocupadas com a situação financeira. Dessas, seis têm preocupação frequente e um índice de bem-estar psicológico abaixo da média.
Para Elisa Kozasa, pesquisados do Instituto do Cérebro do Hospital Albert Einstein, as dificuldades de arcar com despesas geram um conjunto de problemas. “Quem diz se preocupar mais de duas vezes por semana com questões financeiras é acompanhado de insegurança alimentar, menos bem-estar, menos sono e outros fatores que tornam um risco a saúde mental”, pontua.
A pesquisa ainda mostra que mulheres, jovens, pessoas transexuais e em busca de emprego são as que têm o psicológico mais afetado. Zelia Patrício, que é professora, é uma das que é afetada psicologicamente pelas despesas. Ela inclusive dá aulas em duas escolas diferentes.
“A cobrança é muito grande, com isso, é noite sem dormir, alimentação ruim, adquiri diabetes nesse processo das minhas contas não fecharem. Mas a gente, com muita perseverança, com muita teimosia, vai resistindo”, avalia Zelia.
Procurar ajuda nem sempre é fácil, já que só 5% dos entrevistados relatam fazer psicoterapia. “A pessoa precisa de um atendimento. Quem tiver acesso ao sistema público de saúde, pode conversar com o médico de família, porque muitas vezes não é grave e o médico pode dar o tratamento inicial”, explica Kozasa.
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