O que pode ser feito em duas décadas para alcançar processos mais eficientes na produção de tijolos, telhas e blocos de cerâmica vermelha no Rio Grande do Norte? Indentificar as estratégias necessárias para um futuro mais sustentável e competitivo do setor é um dos objetivos de um projeto desenvolvido, desde 2023, com indústrias localizadas na região do Seridó e Vale do Açu, maior polo cerâmico do estado. Por meio de reuniões e oficinas realizadas nos últimos dois anos, os empresários , com apoio dos pesquisadores, identificaram quais os principais desafios enfrentados pelo setor e quais as ações devem prioritárias para ultrapassá-los, nos próximos 20 anos. Um dos desafios analisados é o de estabelecer e alcançar metas de eficiência e transição energética.


O projeto de Planejamento de Longo Prazo para Arranjos Produtivos Locais (PLP/ APL) é coordenado por pesquisadores da Universidade Católica de Brasília (UCB), com apoio técnico do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCT) e do Instituto Prospectiva (INSPRO) e em parceira com o Sindicato das Indústrias Cerâmicas do RN (Sindicer-RN), a Associação de Ceramistas do Vale do Açu e Apodi ( Acevale) e a Associação de Ceramistas do Vale do Carnaúba (ACVC). As atividades são financiadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
As ações definidas durante os planejamentos do APL tem como grande atenção, por exemplo, a sustentabilidade na extração e uso de insumos, a qualificação de mão de obra, a modernização de fornos e o uso de fontes alternativas de energia como biomassa, solar, biogás e reutilização de resíduos urbanos (podas de árvores, madeira de movelaria).
De acordo com o Sindicer-RN, nos últimos 10 anos, mais de 90 por cento das indústrias cerâmicas do seridó fizeram a substituição de fornos por equipamentos mais modernos visando diminuir a emissão de gases poluentes na produção, a redução no consumo de energia, como também aumentar a qualidade dos produtos por meio de um processo de queima mais eficiente.


“A economia de energia e o uso de energias limpas são uma preocupação de todas as atividades econômicas, hoje, e uma grande exigência dos órgãos de fiscalização e não podemos pensar que usaremos a mesma matriz energética daqui a 20 anos. É preciso estar preparado para o futuro “, explica Vinícius Costa Lima, presidente do Sindicer-RN.
Nesta sexta-feira (28), as ações e projetos definidos como pilares estratégicos pelo setor serão apresentados à presidencia da Fiern, à direção do Sebrae-RN, à superintendência do Banco do Nordeste e ao secretário de desenvolvimento econômico do estado em uma reunião, às 10h, na sede da Fiern em Natal.
As análises coletivas do APL deram origem a um documento que foi entregue aos a ceramistas participantes dos encontros do APL, realizados nesta semana nas cidades de Itajá, Parelhas e Carnaúba dos Dantas. “É importante que os ceramistas vejam os resultados de todo o esforço feito e trabalho realizado nas oficinas e reuniões. E ,assim, tem em mãos todas as ações identificadas e todos os projetos criados por eles mesmo com o apoio da equipe do projeto”, afirma Augusto Rodrigues, técnico do INT.