A crise instalada do Equador já preocupa autoridades do Brasil. Nesta manhã o presidente Lula se reúne com o Chanceler Mauro Vieira e com o assessor especial Celso Amorim para discutir o que pode ser feito para resgatar o brasileiro raptado no país vizinho.
Thiago Allan Freitas, de 38 anos, segundo a família, foi sequestrado quando deixava a academia no início da tarde da última terça-feira (09). Pelo menos cinco pessoas teriam sido raptadas na mesma região durante o ataque, de acordo com informações da polícia equatoriana.
Os sequestradores entraram em contato com a família pedindo US$ 8 mil de resgate. Ao Bandnews TV, Eric Lorran Vieira, irmão do brasileiro, declarou que enviou cerca de US$ 500 (R$ 2.450 na cotação atual do real) para os bandidos.
Thiago mora há três anos em Guayaquil e é dono de um restaurante especialista em carne brasileira. Ele levou os filhos de 17, 14 e 8 anos, todos brasileiros, com ele.
O Itamaraty entrou em contato com uma amiga de Thiago, que mora no Equador, e garantiu que ela vai cuidar dos três filhos do brasileiro. Porém, o desejo da família e dos jovens é retornar ao Brasil.
Estado de conflito armado interno
A onda de violência sem precedentes desencadeada por organizações criminosas no Equador deixou pelo menos dez pessoas mortas na terça-feira (9) e dezenas de pessoas presas. Antes de declarar o estado de emergência, Noboa havia anunciado a mobilização de milhares de agentes das forças de segurança para recapturar Adolfo Macias, conhecido como Fito, noticiado no último domingo, bem como a motins subsequentes nos presídios.
Macias é líder do Los Choneros, uma das facções criminosas mais temidas do país, e seria transferido para uma prisão de segurança máxima. Ele cumpria pena de 34 anos de prisão desde 2011 e é suspeito de ter tramado o assassinato no ano passado do candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio.
Também na terça, as autoridades anunciaram a fuga de outro narcotraficante, Fabricio Colón Pico, da facção Los Lobos, preso na sexta sob suspeita de participar de um sequestro e de tramar um plano para assassinar a chefe do Ministério Público.
O presidente do Equador, Daniel Noboa, editou na terça-feira um decreto declarando a existência de um conflito armado interno em nível nacional. A providência adotada pelo governo reconhece 22 facções criminosas como organizações terroristas e, com isso, prevê punições mais graves e medidas mais enérgicas contra elas. O decreto também prevê uma atuação das Forças Armadas em operações para neutralizar a ação das quadrilhas. A norma também estabelece um toque de recolher das 23h às 5h em todo o Equador.
Na segunda-feira, ele já havia decretado estado de exceção no país, medida que deve vigorar por 60 dias e permite o emprego de forças militares nas ruas e em prisões, bem como a imposição de toque de recolher..
Grupo criminoso armado invadiu emissora de TV
Um grupo criminoso fortemente armado foi flagrado invadindo a emissora de TV do Equador durante a transmissão de um programa ao vivo nesta terça-feira (9).
A polícia já prendeu alguns criminosos, mas segue negociando com os demais dentro da emissora em Guayaquil. Desde a segunda-feira (8), carros são incendiados por criminosos tanto na capital Quito, quanto em Guayaquill.
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