Nesta quinta-feira, 3 de outubro, o Rio Grande do Norte celebra a festa católica dos Santos Mártires de Cunhaú e Uruaçu. Eles receberam o título de padroeiros do estado em 2013 e foram canonizados em 2017. Em 1645, foram vítimas de dois massacres durante as invasões holandesas no Brasil. A Lei Ordinária Nº 8913/2006 criou o feriado estadual no dia 3 de outubro.
MÁRTIRES
A palavra “mártir” deriva do grego”*martys”, que significa “testemunha”. Um mártir é considerado uma testemunha qualificada que chega a sacrificar a própria vida por sua fé. O Papa Bento XIV definiu o martírio como “a morte voluntariamente aceita por causa da fé cristã”. O Catecismo da Igreja Católica também reforça que “o martírio é o supremo testemunho prestado à verdade da fé”.
MASSACRES NO RIO GRANDE DO NORTE
O primeiro massacre ocorreu em 16 de julho de 1645, na Capela de Nossa Senhora das Candeias, localizada no Engenho de Cunhaú, atualmente parte de Canguaretama (RN). Durante a celebração da Missa dominical, Jacob Rabbi, um alemão a serviço da Companhia das Índias Ocidentais Holandesas, trancou as portas da capela e, com índios Tapuias e soldados, ordenou a execução de todos os presentes.
O segundo massacre aconteceu três meses depois, no dia 3 de outubro, em Uruaçu, atualmente São Gonçalo do Amarante (RN). Após o massacre de Cunhaú, alguns católicos buscaram abrigo na Fortaleza dos Reis Magos e em uma fortificação nas proximidades, mas foram atacados novamente. Apesar da resistência, muitos acabaram se rendendo e foram assassinados às margens do rio Uruaçu, incluindo o padre Ambrósio Francisco Ferro e o camponês Mateus Moreira. Os invasores ofereceram a conversão ao calvinismo, mas os fiéis preferiram enfrentar o martírio em meio a orações.
RECONHECIMENTOS
Embora dezenas tenham sido mortos nos massacres, apenas 30 foram canonizados, incluindo 28 leigos e dois sacerdotes, devido à dificuldade de identificar as vítimas pela brutalidade com que foram assassinadas. Mateus Moreira, uma das vítimas, é lembrado por ter repetido “Louvado seja o Santíssimo Sacramento” enquanto era assassinado. Em 2005, ele foi declarado “Patrono dos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística” pela 43ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil.