A Receita Federal, em parceria com a Polícia Federal, deflagrou nesta terça-feira (25) a Operação Pleonexia, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em crimes financeiros e lavagem de dinheiro. A ação cumpre um mandado de prisão preventiva e 18 mandados de busca e apreensão nas cidades de Natal (RN), Barueri (SP) e Goiânia (GO), expedidos pela 14ª Vara Federal do Rio Grande do Norte.
Esquema fraudulento
A empresa investigada, Alpha Energy Capital, captava recursos de investidores prometendo rendimentos de até 5% ao mês, supostamente provenientes da comercialização de créditos de energia solar. No entanto, as investigações revelaram que o negócio não possuía estrutura real para sustentar tais pagamentos.
Apesar de divulgar onze usinas de energia solar com capacidade de geração de 1.266.720 kWh/mês, a investigação apontou que apenas uma usina estava conectada à rede, com produção real de apenas 28.325 kWh/mês. Além disso, a empresa não era registrada na Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) nem fazia parte da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), impedindo-a de atuar legalmente no setor.
A fraude atingiu cerca de 6.300 pessoas em 732 municípios brasileiros, movimentando mais de R$ 151 milhões. A maior parte dos valores foi desviada para a compra de imóveis, veículos de luxo, joias e outros bens pessoais pelos envolvidos. Diante das evidências, a Justiça determinou o bloqueio e sequestro de aproximadamente R$ 244 milhões para ressarcir as vítimas.
O líder do esquema, preso preventivamente, já possuía condenação por tráfico internacional de drogas e respondia a processos por estelionato, crime contra a economia popular e lavagem de dinheiro. Em 2021, ele esteve envolvido em um golpe de captação fraudulenta por meio de apostas esportivas. Para esconder sua participação na Alpha Energy Capital, utilizava laranjas para divulgar o falso investimento e assinar contratos fraudulentos.
Operação Pleonexia
O nome da operação faz referência ao termo grego “Pleonexia”, que significa “ganância excessiva” ou “ambição desmedida”, refletindo o objetivo do grupo de enriquecer ilicitamente às custas dos investidores.
Diante da amplitude do esquema, a Polícia Federal disponibilizou um guia online para que possíveis vítimas registrem suas denúncias e informem valores investidos e prejuízos sofridos, auxiliando na investigação e na reparação dos danos.