Com a chegada do período de restituição do Imposto de Renda, a maior parte dos brasileiros já tem destino certo para o dinheiro: pagar dívidas. Segundo uma pesquisa encomendada pela Serasa ao Instituto Opinion Box, 67% dos contribuintes que devem receber valores da Receita Federal pretendem utilizar o montante para aliviar o orçamento apertado.
Entre os entrevistados, 25% disseram que vão usar o recurso para quitar dívidas em aberto, 23% precisam cobrir contas básicas e 11% planejam resolver débitos inesperados. Apenas 16% conseguirão poupar o valor e 14% pretendem investir.
O levantamento ouviu 1.973 pessoas em todas as regiões do país e mostra um aumento significativo no número de contribuintes que usam a restituição como ferramenta para reequilibrar as finanças. Em anos anteriores, essa intenção ficava na casa dos 45%, bem abaixo do patamar atual.
A restituição também é percebida como essencial por muitos brasileiros: quase um terço dos entrevistados considera o valor fundamental para o orçamento anual.
Apesar de o prazo final para a entrega da declaração ser 30 de maio, o mesmo dia marca o início do pagamento do primeiro lote da restituição, destinado a contribuintes com prioridade legal, como idosos com mais de 60 anos, pessoas com deficiência, portadores de doenças graves e professores que entregaram a declaração antecipadamente.
Outros usos planejados para a restituição incluem: cuidados com a saúde (7%), viagens ou compras (6%), reformas residenciais (3%) e investimento em negócio próprio (2%).
Organização financeira é chave para aproveitar a restituição
Para o especialista em educação financeira da Serasa, Thiago Ramos, a restituição pode ser uma oportunidade de reorganização financeira — desde que haja planejamento. “O ideal é que o contribuinte se prepare desde o início do ano, guardando documentos e acompanhando as atualizações das regras. Esse cuidado não só facilita o processo, como permite aproveitar melhor a restituição — seja para sair do vermelho ou iniciar uma reserva de emergência”, recomenda Ramos.
A pesquisa reforça o papel do Imposto de Renda não apenas como uma obrigação fiscal, mas também como um momento estratégico para revisar as finanças pessoais, especialmente em um cenário econômico desafiador.