O Rio Grande do Norte tem mais “sítios” do que avenidas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com dados do Censo 2022 são 158.139 logradouros registrados como sítio e 157.382 registrados como avenidas. Além disso, são mais de 1,2 milhão de ruas em todo território potiguar. Esses dados foram divulgados pelo Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE) do IBGE, que revela microdados com os principais atributos dos endereços do país.
Fonte: Censo IBGE 2022
Confira a quantidade das denominações mais comuns depois de ruas, sítios e avenidas:
- Travessa – 74.101
- Estrada – 47.814
- Povoado – 33.529
- Rodovia – 20.497
- Assentamento – 14.777
- Vila – 11.477
- Fazenda – 10.315
- Praça – 6.931
Quanto aos títulos dos endereços “São”, “Doutor” e “Santa” estão no topo da lista com mais de 55 mil, 33 mil e 29 mil registros, respectivamente. Algo parecido com o cenário nacional, porque o Brasil tem 3,3 milhões de ruas, avenidas, travessas ou alamedas intituladas com “São” ou “Santa”. No topo da lista ainda aparecem Vereador (18.294), Coronel (15.791), Padre (15.172), Presidente (14.059), Professor (13.589) e Nossa Senhora (10.664).
De acordo com o IBGE, esses dados são importantes para mensurar e calcular rotas em territórios e estimular políticas públicas centradas nas localizações dos habitantes. Os municípios com maior número de logradouros são Natal (395.998), Mossoró (146.770), Parnamirim (133.169), São Gonçalo do Amarante (62.842) e Macaíba (45.481).
Fonte: Censo IBGE 2022
O professor do Departamento de Demografia e Ciências Atuariais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Járvis Campos, explica que o CNEFE é um banco de dados utilizado nos setores público e privado. Ele ressalta que esse tipo de informação é muito estratégica para o delineamento de políticas públicas.
“O CNEFE dispõe de informações georreferenciadas, que são estratégicas para o planejamento urbano, tais como tipologias sobre estradas, ruas, rodovias, avenidas ou assentamentos. Essas informações podem ser mapeadas e trabalhadas por meio de métodos estatísticos e espaciais para a construção de informações e medidas relevantes sobre a infraestrutura urbana”, afirma.
O pesquisador salienta ainda que nas pesquisas acadêmicas, utiliza-se muitos dados populacionais dos censos demográficos, especialmente dados espacializados para a realização de diversos estudos sobre as características sociodemográficas da população, seja na área de vulnerabilidade, seja para estudos ambientais ou mesmo para a realização de estudos sobre a segregação socioespacial. ” Na medida em que você dispõe de informações georreferenciadas sobre os arruamentos, e, mais especificamente, sobre a expansão desses arruamentos e outras infraestruturas, passa a ser possível mapear e correlacionar a expansão da população em face à expansão dos logradouros e dos endereços, elemento por sua vez fundamental para a compreensão de diversas dinâmicas que ocorrem no espaço urbano, como, por exemplo, para estudos sobre a dinâmica imobiliária, para a prestação de serviço, sobre a expansão dos equipamentos públicos, dentre muitas possibilidades”, completa.