O Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que o Rio Grande do Norte possui 101 favelas e comunidades urbanas, das quais 73 estão localizadas na capital, Natal. O levantamento, divulgado nesta sexta-feira (8), indica que 88,1% das favelas potiguares estão na zona urbana da cidade.
Em termos absolutos, o estado contabiliza 175.241 moradores vivendo nessas áreas, o que corresponde a 5,3% da população total do Rio Grande do Norte. A maior parte dessa população está concentrada em Natal, que abriga 146.017 pessoas, representando 72,3% do total de favelas do estado. Em outras cidades, como Mossoró, São Gonçalo do Amarante, Parnamirim e Extremoz, também foram identificadas comunidades urbanas, embora em menor número.
Entre os dados demográficos apresentados, destaca-se que, em Natal, a população das favelas é predominantemente feminina, com 52,3% de mulheres (76.381) e 47,7% de homens (69.636). No estado, 52,1% dos moradores de favelas são mulheres, enquanto 47,9% são homens.
Além de Natal, Mossoró se destaca como o município com maior número de favelas depois da capital, com 12 áreas registradas, somando 13.633 habitantes. São Gonçalo do Amarante (9 áreas) e Parnamirim (6 áreas) também têm registros significativos, com 8.736 e 6.174 moradores, respectivamente. Extremoz, por sua vez, aparece com uma única favela, abrigando 681 pessoas.
Características das favelas e desafios estruturais
As favelas e comunidades urbanas são caracterizadas pela construção espontânea e coletiva, surgindo em áreas urbanas onde o poder público não oferece infraestrutura e serviços adequados. De acordo com o IBGE, esses territórios têm como principais características a insegurança jurídica quanto à posse da terra e a precariedade na oferta de serviços básicos, como saúde, educação, e saneamento. Além disso, as construções nessas áreas geralmente não seguem normas urbanísticas e muitas estão localizadas em regiões de risco ambiental ou onde a ocupação é restrita por leis ambientais.
Principais comunidades de Natal
As dez maiores favelas e comunidades urbanas de Natal, em termos de população, são:
- Jardim Progresso – 20.061 habitantes
- Área Especial de Interesse Social (AEIS) da Vila de Ponta Negra – 9.877 habitantes
- Mãe Luíza – 9.426 habitantes
- AEIS Rocas – 8.832 habitantes
- Comunidade Aliança – 7.170 habitantes
- Pompéia – 6.745 habitantes
- Jardim Primavera – 4.365 habitantes
- Comunidade da África – 4.358 habitantes
- Alto Guarapes – 3.825 habitantes
- Condomínio Village de Prata – 3.655 habitantes
Em todas essas comunidades, a população feminina supera a masculina, refletindo uma característica demográfica comum nas favelas potiguares.
Impactos do envelhecimento da população nas favelas
O levantamento também revelou dados sobre o envelhecimento da população nas favelas. Enquanto a mediana de idade do estado do Rio Grande do Norte é de 34 anos, nas favelas esse número é significativamente mais alto: 52,6 anos. Isso indica que, enquanto a população geral do estado está relativamente mais jovem, as comunidades urbanas apresentam um índice de envelhecimento mais elevado, com metade da população dessas áreas tendo mais de 31 anos.
RN no cenário nacional
Dentre os estados do Brasil, o Rio Grande do Norte está na 20ª posição com maior número de favelas, sendo o estado do Nordeste com menos favelas, atrás apenas de Roraima (10), Mato Grosso do Sul (31), Tocantins (39), Mato Grosso (58), Distrito Federal (62), Rondônia (74) e Acre (79).