O Rio Grande do Norte tornou-se neste fim de semana o terceiro estado do Nordeste a realizar transplante de coração, ao lado do Ceará e de Pernambuco. A conquista é fruto da parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), por meio da Central de Transplantes do RN que capta os órgãos e organiza as ações, e o Hospital Rio Grande, unidade credenciada para realizar os procedimentos.
A conquista foi consolidada neste fim de semana com a realização do primeiro transplante de coração no estado após dez anos. O credenciamento do hospital privado junto ao Ministério da Saúde foi feito durante a pandemia, com o auxílio da Sesap e da Secretaria Municipal de Saúde de Natal, que é a gestora do contrato.
A ação em parceria, que contou ainda com a Força Aérea Brasileira, foi detalhada em coletiva realizada no auditório do Rio Grande na manhã desta segunda-feira (28).
O processo levou menos de 3h até a realização da cirurgia. Começou na manhã do domingo (27), com a captação do coração em Mossoró por parte da equipe do Hospital Regional Tarcísio Maia. Na sequência, o Governo do Estado fez o serviço de logística, incluindo o uso do avião para o transporte.
“Trabalhamos com uma equipe extensa, de forma coordenada, o que levou a um grande êxito. Esse é um momento importante para o nosso estado, conseguindo captar o coração e voltar a realizar uma cirurgia aqui”, afirmou Rogéria Medeiros, coordenadora da Central de Transplante da Sesap.
Outros órgãos captados pela Central de Transplante junto ao mesmo doador ainda foram transportados com toda segurança pelo avião do Estado em parceria com a FAB (Força Aérea Brasileira).
Para o diretor-médico do Hospital Rio Grande, Luiz Roberto Fonseca, toda a operação mostra a importância do trabalho conjunto. “Temos que dar uma saudação ao SUS que funciona, de forma tripartite, o SUS que vem se mostrando cada vez mais necessário. Agradecemos também ao Governo pela sensibilidade em confiar e apoiar o credenciamento do hospital”, comentou ele.
Durante a coletiva, os profissionais envolvidos destacaram a necessidade de sensibilização por parte das famílias para a doação de órgãos. “O processo de doação é sério, multidisciplinar. É preciso que a população entenda isso, pois tudo acontece a partir de um ‘sim’ em favor da doação. Precisamos dessa conscientização”, resumiu Rogéria.