O Hamas declarou guerra digital contra a empresa Woodward, de Fort Collins, no Colorado, ao descobrir ser dela um componente de bombas disparadas pela aviação israelense contra Gaza. E está vencendo: depois de compartilhada a foto da peça de míssil com o rótulo da Woodward, a empresa recuou de todos as frentes digitais. Na sua página no Facebook lê-se o seguinte recado: “Este conteúdo não está disponível no momento. Quando isso acontece, geralmente é porque o proprietário só o compartilhou com um pequeno grupo de pessoas, mudou quem pode vê-lo ou ele foi excluído.” No LinkedIn: “Os comentários foram desativados nesta publicação. Você ainda pode reagir ou compartilhá-la.” No Instagram: “Desculpe, esta página não está disponível. O link que você seguiu pode estar quebrado ou a página pode ter sido removida.” No YouTube: “Os comentários estão desativados”.
A Woodward informa, em seu site, que fornece “soluções de controle e atuação em mísseis de superioridade aérea e de defesa aérea, mísseis de ataque direto, bombas e foguetes guiados, mísseis antinavio, artilharia guiada e projéteis de morteiro, veículos de hipervelocidade, mísseis de treinamento e alvo e boosters de lançamento”.
O preço das ações da Woodward caíram, nos últimos cinco dias, de 131 dólares para 122 dólares.
Hospitais fecham em Gaza
Mesmo que 477 toneladas de suprimentos médicos tenham chegado a Gaza, seis hospitais já fecharam por falta de combustível que garante a manutenção de diálise para mil pacientes e a vida de 130 bebês prematuros.
A Organização Mundial da Saúde publica hoje um anúncio sobre a desintegração do sistema de saúde em Gaza, pedindo a urgente liberação de combustível e também um cessar-fogo humanitário.
Até agora passaram 54 caminhões com ajuda humanitária pela porta de Rafah, na fronteira com o Egito. Mas cerca de 34 mil litros de gasolina recebidos serviram apenas a quatro hospitais e ao sistema que mantém as ambulâncias funcionando.
“Para as pessoas na Faixa de Gaza, a situação é desesperadora. Ela se tornará catastrófica sem a passagem segura e contínua de combustível e suprimentos de saúde, além de assistência humanitária adicional”, diz a OMS no anúncio, publicado no X, antigo Twitter.
Gaza tem noite infernal
Uma noite infernal em Gaza: Israel diz que atacou 400 objetivos. O Ministério da Saúde palestino contou 704 mortos — o número mais alto para um único dia. Entre os mortos estão seis funcionários da UNRWA, agência da ONU que ajuda Gaza. Com eles, sobe a 35 o total desde o início da guerra, há mais de duas semanas.
O presidente Emmanuel Macron é um dos visitantes desta terça-feira em Israel. Ele declarou que os ataques ao Hamas devem ser “sem misericórdia, porém não sem regras”. Um jornal francês descreveu sua viagem como “missão impossível”. A proposta francesa seria a de reconstituir a coalizão internacional que lutou contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque para lutar agora contra o Hamas. Ao lado do premiê Netanyahu, acrescentou: “Somos democracias que estão lutando contra terroristas, democracias que respeitam as leis da guerra, democracias que não têm como alvo os civis, em Gaza ou em qualquer outro lugar”.
A ex-refém Yocheved Lifshitz, 85, capturada pelo Hamas no kibutz Nir Oz, disse que “passou pelo inferno”. Ela foi levada de motocicleta, encaminhada por um túnel até um salão onde havia outros 25 prisioneiros. Havia um guarda para cada um dos reféns. E um médico que os examinava de quando em quando. O marido dela e da outra refém libertada ontem, Nurit Cooper, 79, continuam nos túneis de Gaza. Mais dois mortos dos 1.400 do ataque de 7 de outubro foram enterrados ontem.
Uma barragem de mísseis foi disparada contra a região central de Israel na manhã e tarde desta terça-feira, no horário do Oriente Médio. Tel-Aviv foi uma das cidades atingidas. A escalada prossegue também no Líbano, com o Hezbollah: Israel atacou o Monte Dov, na fronteira dos dois países.
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