Os servidores da saúde de Natal iniciaram nesta terça-feira (17) uma greve por tempo indeterminado, após rejeitarem a proposta de reajuste salarial apresentada pela Prefeitura. A paralisação foi acompanhada de uma manifestação em frente ao Palácio Felipe Camarão, sede da administração municipal, na Cidade Alta.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte (SindSaúde-RN), a categoria reivindica recomposição salarial de 24%, baseada no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal, além de outras demandas acumuladas ao longo dos últimos anos.
Entre os pontos da pauta estão:
- Implementação da data-base retroativa a março;
- Recomposição das gratificações previstas na Lei Complementar 120;
- Fim dos cortes nas gratificações durante licenças.
Prefeitura propôs reajuste de 5,47%
Em nota, a Prefeitura de Natal informou que apresentou proposta de reajuste de 5,47%, percentual correspondente ao índice inflacionário entre março de 2023 e março de 2024. A gestão alegou que a oferta foi fruto de diálogo e que se comprometeu a avaliar outras reivindicações por meio de uma mesa de negociação permanente, com prazo de até 60 dias para sua regularização.
A administração municipal também declarou que busca construir uma “agenda de valorização continuada, realista e sustentável”, e apelou ao bom senso da categoria para que os serviços essenciais não sejam prejudicados.
Sindicato critica descaso e cobra urgência
O SindSaúde rechaçou o prazo de 60 dias proposto para retomada da negociação, exigindo instalação imediata da mesa. Em nota, o sindicato alegou que a greve foi motivada por “anos de descaso com os direitos da categoria”, que acumula 11 anos de perdas salariais e enfrenta condições precárias de trabalho.
Segundo a entidade, paralisações anteriores haviam sido realizadas com o objetivo de pressionar a gestão, mas a falta de avanço nas negociações levou à deflagração da greve geral.
A expectativa é que novas assembleias sejam convocadas nos próximos dias para avaliar a continuidade da paralisação, dependendo da abertura de diálogo por parte da Prefeitura.