A Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), em Natal, enfrentou um cenário crítico de superlotação durante o último fim de semana, operando com 146% da capacidade instalada, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (12). Com os 128 leitos totalmente ocupados, a unidade chegou a atender cerca de 60 pacientes além do limite previsto, revelando a gravidade da situação.
Apesar da sobrecarga, os atendimentos foram mantidos. Pacientes e acompanhantes, no entanto, relataram longas esperas e necessidade de permanência em corredores por falta de vagas nas enfermarias.
A MEJC é vinculada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e desde 2013 integra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). A estrutura conta com 26 leitos de UTI (Adulto e Neonatal) e 15 de cuidados intermediários neonatais.
Em nota oficial, a direção da maternidade reconheceu o quadro de superlotação, afirmando que a unidade opera com 46% acima da capacidade, impulsionada principalmente pela alta demanda de outras unidades de saúde do Estado, também sobrecarregadas.
O comunicado também destaca que a MEJC adotou medidas emergenciais, como reorganização de fluxos internos e otimização de recursos, e cobrou maior articulação entre os entes do SUS para enfrentar a situação de forma coordenada.
A Secretaria Estadual de Saúde Pública do RN (Sesap), por sua vez, declarou não ter ingerência sobre a unidade, que é contratada pela Prefeitura de Natal. Em nota, a Sesap afirmou que “não pode interferir diretamente no caso”, mas informou à Prefeitura a gravidade da situação.
A pasta estadual também apontou o fechamento temporário de algumas maternidades municipais durante o fim de semana como um dos fatores que contribuíram para a sobrecarga na MEJC e no Hospital Santa Catarina, outro centro de referência para gestantes de alto risco. “Saliente-se ainda o aumento constante dos casos de gestação de alto risco nos últimos anos”, alertou a secretaria.
A Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS), por sua vez, assegura que as Maternidades Dr. Araken Irerê Pinto e Leide Morais seguiram operando normalmente. Entre os dias 9 e 11 de maio, a unidade Leide Morais realizou 13 procedimentos, entre partos normais, cesáreos e curetagens, além de 67 atendimentos no pronto-socorro obstétrico. Já a Araken Pinto contabilizou 16 procedimentos e 84 atendimentos gerais, com 22 internações e quatro transferências.