Mais de 15 mulheres foram identificadas como vítimas de importunação sexual em ônibus que circulam dentro e fora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O principal suspeito, um homem de 33 anos, foi preso nesta sexta-feira (16) em um condomínio no bairro Petrópolis, em Natal.
A investigação, conduzida pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), aponta que o suspeito teria atuado de forma reincidente. Ele já havia sido preso duas vezes por crimes semelhantes em Minas Gerais.
As denúncias começaram a se intensificar em abril deste ano, quando a DEAM recebeu pelo menos 20 relatos formais, enquanto a Ouvidoria da UFRN contabilizou quase 30 registros relacionados ao mesmo padrão de comportamento. Conforme a Polícia Civil, os episódios começaram em fevereiro e se tornaram mais frequentes ao longo de março.
“O investigado foi identificado após diligências que contaram com o apoio das vítimas e com cruzamentos de informações de linhas e horários dos ônibus”, informou a corporação.
Além dos ônibus circulares da universidade, o homem também é investigado por possíveis ocorrências de importunação em ônibus intermunicipais que circulam na capital potiguar.
A Polícia Civil destacou que algumas vítimas relataram terem sido abordadas mais de uma vez, e que, após os episódios, muitas decidiram compartilhar os casos em grupos de mensagens, o que ajudou a reunir os relatos.
A UFRN afirmou colaborar com as investigações, mas não detalhou as medidas adotadas para prestar assistência às estudantes afetadas.
“A Polícia Civil do Rio Grande do Norte solicita que outras possíveis vítimas procurem a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM ZLOS), localizada na Zona Sul de Natal, para formalizar a denúncia. A identidade será preservada”, reforçou a nota oficial.
O que diz a lei
O crime de importunação sexual está tipificado no artigo 215-A do Código Penal Brasileiro. Ele se configura pela prática de ato libidinoso sem o consentimento da vítima, com o objetivo de satisfazer desejo próprio ou alheio. A pena prevista varia de um a cinco anos de reclusão.