A trégua entre Israel e o Hamas deve começar nesta quinta-feira (23), às 10h (por volta das 5h pelo horário de Brasília), segundo a emissora Al Jazeera. O acordo foi firmado na quarta-feira (22), pelo horário local, noite de terça-feira (21), no Brasil.
O acordo prevê a libertação de pelo menos 50 (30 crianças e 20 mulheres) de mais de 200 reféns sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro, em troca da libertação de 150 prisioneiros palestinos e de uma trégua de quatro dias. A negociação, que durou semanas, foi mediada pelo Catar.
O vice-líder político do Hamas, Moussa Abu Marzouk, adiantou que o Hamas “está preparado para um cessar-fogo global e a troca de prisioneiros” e acrescentou que a maioria dos reféns com libertação prevista tem cidadania estrangeira, sem especificar se também possuem passaportes israelenses, segundo o Canal 12.
O que prevê o acordo
De acordo com informações divulgadas pela imprensa israelense, o pacto possibilita ainda de que o número de reféns libertados seja estendido para 80, assim como a trégua de quatro dias pode ser ampliada por vários outros dias. Israel afirmou que para cada dez reféns adicionais libertados haverá um dia a mais de trégua. O Hamas levará os reféns para o Egito pela passagem de Rafah em grupos diários de cerca de dez pessoas e, de lá, eles serão entregues a Israel.
Por sua vez, Israel deve libertar cerca de 150 prisioneiros palestinos, também em sua maioria mulheres e menores de idade que não foram condenados por crimes de sangue.
Além disso, as Forças de Defesa de Israel se comprometeram a não sobrevoar a Faixa de Gaza durante seis horas por dia, enquanto a trégua estiver em vigor, para permitir que o Hamas localize os reféns mantidos por outros grupos armados, como a Jihad Islâmica. De acordo com algumas estimativas, o Hamas mantém entre 210 e 240 reféns, enquanto a Jihad Islâmica Palestina teria em cativeiro cerca de 30.
O acordo também incluiria, segundo a imprensa israelense, a entrada em Gaza de 100 a 300 caminhões com alimentos e ajuda médica, além de combustível. A trégua temporária começaria já na quinta-feira para permitir 24 horas para que quaisquer recursos contra a decisão do governo sejam apresentados à Suprema Corte.
O pacto não prevê a libertação de soldados ou homens, e os corpos dos reféns mortos não serão recuperados. No entanto, a imprensa de Israel informou que homens idosos e reféns de nacionalidade estrangeira poderiam ser trocados. Outro ponto destacado pela imprensa israelense é que o Hamas terá que anunciar os nomes das pessoas a serem libertadas com um dia de antecedência.
Netanyahu garantiu, antes da reunião do governo que aprovou o acordo, que o pacto inclui que a Cruz Vermelha visitará os reféns e lhes oferecerá ajuda médica. Antes das discussões em seu gabinete, o primeiro-ministro disse que aceitar esse acordo, que o Hamas alga estar sendo discutido há um mês, “é uma decisão difícil, mas é a decisão certa”.
No entanto, Netanyahu advertiu que essa trégua não significa o fim da ofensiva. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, subordinado ao governo do Hamas, mais de 14 mil pessoas foram mortas desde o início do conflito.
“Há muita bobagem sendo dita por aí que, depois da pausa para devolver nossos reféns, vamos parar a guerra. Bem, vamos ser claros: estamos em guerra e continuaremos a guerra. Continuaremos a guerra até atingirmos todos os nossos objetivos: eliminar o Hamas, devolver todos os nossos reféns e pessoas desaparecidas e garantir que não haja nenhum elemento em Gaza que ameace Israel”, declarou Netanyahu antes da reunião.
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