A Unidos do Viradouro se consagrou como a vencedora do Grupo Especial do Carnaval 2024 do Rio de Janeiro. Apontada como uma das favoritas ao título, a escola apresentou o enredo “Arroboboi, Dangbé”, uma homenagem ao mito sobre a cobra sagrada de Benin.
A agremiação retratou na Marquês de Sapucaí a história da energia do culto vodum, popular na costa ocidental da África.
O desfile impressionou o público na arquibancada, como a comissão de frente, que levou uma cobra que brilhava no escuro e que rastejava no Avenida.
Outro destaque do desfile foi a bateria do mestre Ciça, que, com um naipe de atabaques – pertinente com o enredo religioso -, entregou uma das melhores apresentações do ano, levantando o público na avenida.
O enredo, desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon, com pesquisa do enredista João Gustavo Melo, teve realização clara, dada a farta riqueza de signos do universo do candomblé jeje. Zanon começou na Costa da Mina, na África, e terminou na Bahia, com sincretismos e protagonismo das mulheres – as matriarcas.
Este é o terceiro título da Viradouro. Ela levou a melhor em 1997 e 2020. A escola de Niterói foi a vice-campeã do Carnaval de 2023 com um desfile sobre Rosa Maria Egipcíaca.
Escolas pedem punição à Viradouro
A Unidos de Viradouro pode ser punida porque quatro escolas de samba entraram com um pedido contra a escola por ela ter levado, supostamente, mais de 15 pessoas à frente da comissão de frente.
O artigo 26 do regulamento da Liesa de 2024 cita como uma obrigatoriedade “desfilar com o limite mínimo de 10 (dez) e até o máximo de 15 (quinze) componentes na Comissão de Frente”.
Os recursos foram aceitos e serão analisados pela Liesa, e o resultado será divulgado após reunião na sede da liga, nesta quinta-feira.
Band
